APERFEIÇOAMENTO DOS MINISTÉRIOS

APERFEIÇOAMENTO  DOS  MINISTÉRIOS
Nas postagens anteriores, nós abordamos o corpo sob dois aspectos.
O primeiro aspecto refere-se ao funcionamento do corpo, enfatizado por Paulo na sua primeira carta aos coríntios.  (Cap. 12)
Paulo fala acerca dos dons espirituais como corpo e neste contexto, os dons sofrem um aperfeiçoamento no corpo porque eles se completam.
Mas no segundo aspecto, quando ele fala aos efésios, ele chama a atenção de corpo para o ministério, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para a edificação do corpo de Cristo.  (Ef. 4:12)
O segredo do ministério consiste em ele estar ligado ao corpo porque é nessa situação que ele se aperfeiçoa que ele vai melhorando aquilo que precisa ser melhorado.

 Em quais aspectos o ministério é aperfeiçoado?

1º)  O governo 

Um dos pontos importantes da ação do ministério na vida da Igreja se chama governo.
O aperfeiçoamento acontece à medida que você aprende a conviver com aquilo que o Senhor está revelando, as decisões começam a ser tomadas, de tal forma, por revelação do Senhor, que daqui a pouco você já começa a entender como o Senhor vai agir. 
Por exemplo, aparece um caso na igreja e você não sabe como lidar com aquilo, você não sabe como resolver aquele problema.  O que fazer?  Qual é a solução?
O Senhor vai revelar como você vai tratar aquele assunto, essa é a grande vantagem do ministério no corpo.
Hoje você tem as reuniões dos pólos, você vai e leva o assunto para a reunião, Olha, eu estou com um problema na minha igreja que não dá pra resolver no grupo de intercessão (porque, na verdade, no grupo de intercessão a decisão é do pastor).
Se na reunião do pólo não foi possível solucionar o problema, você pode levá-lo para uma outra reunião.
À medida que o pastor usa esses recursos e não toma certas decisões de uma maneira atabalhoada, o seu trabalho de governo na vida da Igreja começa a ser melhor, começa a ter um desempenho melhor, o risco dele falhar torna-se menor.
Eu tinha que tomar uma decisão na igreja sobre um casal de noivos, eles não podiam casar na igreja.  Eu reuni os pastores, expus o assunto e colocamos diante do Senhor para sabermos dele qual seria a nossa conduta.
Eu sabia que eu ia precisa da ajuda dos companheiros.  Tomei a decisão.
Quando eu tomei a decisão, dois diáconos me chamaram em particular e disseram: Você falhou naquela decisão.  Nós estamos sendo francos porque você sempre prega sobre lealdade.
Eu disse: Então vocês vão procurar o presbitério porque a decisão foi dele.  Vocês acham que eu ia tomar uma decisão dessa sozinho?  Acham que eu vou colocar a minha cabeça na guilhotina?  Tomar uma pancada dessa?  Isso foi uma orientação que o Senhor deu no presbitério.  Querem que eu leve vocês lá para confirmar?
Nós começamos a aperfeiçoar.
O perigo é quando nós tomamos decisões unilaterais.
O aperfeiçoamento dos santos na obra do ministério é no corpo porque a probabilidade do corpo falhar é mínima (pode haver falha, mas é mínima).  É muito mais fácil eu falhar sozinho do que todos os companheiros falharem juntos.
Isso é um aperfeiçoamento do governo.  Os pastores estão aprendendo muito isso hoje, os problemas são vários e a cada um cabe uma decisão.
Nestes dias surgiu um problema numa igreja e o companheiro me procurou.  Fomos para a reunião, ele expôs o assunto.  Como é que nós vamos resolver?
São fatos que estão sendo trabalhados dentro do corpo, nós estamos exercitando isso, estamos desenvolvendo isso.  De que maneira?
O trabalho na vida da Igreja tem sido muito bem feito nos pólos e nas coordenações e é por isso que tem sido um perigo.
Nesses dias, o pessoal trouxe uma necessidade de uma região, o pastor deixou de se reunir com o pólo.  Aí me perguntaram: O que devemos fazer?
Eu disse: Acho que vocês devem tirar o pastor da igreja, até para preservá-lo.  Se ele não vai à reunião dos pólos, se ele não participa, se ele está isolado, tem que tirar, até para sua preservação, porque, numa dessas, ele faz uma bobagem.
Vejam só, a igreja dele vem aqui no seminário, o Senhor entrega uma revelação e ele faz diferente.  O que aconteceu?  Ele se queimou, entrou numa dificuldade.
Nós estamos dependendo do corpo nas ações da Igreja.
As coisas simples, eu posso resolver, mas quando vem a exceção, eu não decido sozinho, eu não sou doido, Olha, essa decisão... nunca aconteceu na Obra... mas eu fui e tomei a decisão sozinho.
Eu chego e digo: Olha, aconteceu isso assim, vamos ajudar, vamos ver o que vai ser feito como resolver.  Por quê?
Porque nós aprendemos, aquilo que foi resolvido daquela forma serviu de aprendizado para todos.

2º) A discrição

Como é que nós agimos na disciplina das pessoas?
As pessoas são disciplinadas, mas nós não abrimos até por questões éticas. Às vezes a esposa pergunta: Pastor, por que o meu marido foi afastado do diaconato?
Você diz: Minha irmã, o Senhor mostrou uma dificuldade espiritual.  E só.  Por que isso?
Porque nós nos tornamos alvo, ela ouve, diz para o marido, ele vai e processa o pastor porque falou uma coisa e não provou.  Hoje nós não falamos mais o motivo, as pessoas são afastadas sempre por dificuldades espirituais e pronto, só isso.  Não tem nada que dizer a causa, que fez isso ou fez aquilo.
Isso é um aperfeiçoamento.
A pessoa errou, cometeu uma falha.  O pastor vai chamar e começar a fazer perguntas (Como foi isso? O que você fez?  Quando?  Que dia?) ?  Não existe essa curiosidade, a falha está diante do Senhor.
Isso é a maneira que você leva, há uma comissão, há um grupo de pastores, há as orientações que são dadas.  Isso é governo.

3º)  A não agressividade

Outro ponto importante que nós estamos observando dentro da maneira de governar é a não agressividade.  Você pode governar bem, você pode ser sério, até mesmo rigoroso, sem ser agressivo, sem ser ditador.  Você diz o que precisa ser ouvido, mas sem se alterar, sem brigar; essa fase já passou, nós mudamos, nos aperfeiçoamos.
Se a pessoa está com alguma dificuldade, você conduz, orienta.  Se a pessoa cometeu uma falha muito grande, você vai agir seriamente com ela, mas dentro de uma certa conduta ética, nunca tentando resolver os problemas individuais através do púlpito porque aí você está disparando uma metralhadora a esmo, vai acertar quem não tem nada com aquilo. Você diz: Tem um grupo aqui que está indo à praia de biquini, e assim você começa a bater em todo o mundo, você quer bater em dois e acaba atingindo trezentos.  É mais fácil, é mais ético, é mais correto chamar os dois e conversar com eles.  Às vezes você fica com medo de falar com os dois e então joga isso publicamente, você agride a Igreja e o Senhor não quer isso.  Não use o púlpito para agredir ninguém.
A mensagem tem que ter um tema.  O Espírito Santo tem-nos dado um tema para a mensagem de cada culto. Digamos que o tema da mensagem é salvação, ou é alegria no Senhor, ou é a volta do Senhor Jesus, você usa aquilo que o Espírito Santo tem revelado e assim você não agride a Igreja, você evita aqueles atos de agressão.  A mensagem não é para brigar com a Igreja, você não pode usar o púlpito para despejar seus desaforos em cima de ninguém.
Quando eu ainda era ungido, eu conheci um pastor que deixava transparecer quando o dia dele não tinha sido muito bom.  Quando ele subia ao púlpito, eu olhava para a cara dele e pensava: Ih, rapaz, a Igreja vai apanhar hoje até dizer chega, a mensagem era de arrebentar.  No dia em que ele estava alegre, a mensagem era um Salmo, mas no dia em que ele chegava atravessado, a mensagem era Lamentações.
Hoje isso não cabe mais, o ministério entrou para uma fase de aperfeiçoamento.  Hoje, a mensagem tem um tema, um objetivo, ela está dirigida porque o Senhor tem preparado os cultos, Ele prepara o ambiente do culto, Ele prepara tudo o que vai acontecer naquele culto e é por isso que os grupos têm que estar orientados, é por isso que o culto profético tem que estar bem orientado, a mensagem integrada nos dons, fazendo tudo aquilo que o Senhor está querendo.
Às vezes o presbitério pergunta: Como vai o ministério de Fulano?  Por quê?
Porque existem ministérios que prosperam e ministérios que não prosperam.
Há falhas que hoje têm sido corrigidas no corpo.  Todos nós somos partes do corpo e nós estamos nos corrigindo porque o Espírito Santo está aperfeiçoando isso dentro da revelação.
Aí você diz: Ah, quer dizer que eu não posso preparar uma mensagem em casa?
Pode preparar.  Você prepara hoje e o Senhor manda você pregar daqui a um mês, não é isso?  Você consulta: Senhor, eu posso preparar esse assunto?  E Ele diz: Pode.  E você vai preparando porque uma hora o Senhor vai dar o tema e você vai aplicar aquela mensagem que o Senhor já deu.  Você tem as mensagens à disposição para que na hora que o Senhor revelar, você aplica aquela mensagem e isso é o grande objetivo do culto.
A mensagem tem um conteúdo espiritual e por isso você tem que evitar certas colocações indiretas, que expõem  os servos, a Igreja, é preciso ter muito cuidado.
Uma vez, no começo da Obra, um pastor chegou no púlpito e, no meio da mensagem, ele disse assim:  Irmãos, eu chorei hoje, chorei quando vi este irmão (e apontou para um irmão que estava ali) e vi essa costeleta nele, até aqui embaixo.  Eu chorei quando vi essa costeleta.
Quando ele pensava que estava dando “um sermão” no companheiro, pensando que estava com “a bola toda”, um irmão levantou-se lá atrás e disse assim: É, eu também chorei por causa desse seu terno aí, Esse lançamento “moda Pelé”, eu também chorei por causa desse seu terno aí.
Não pode ser isso, você expõe os servos, não há necessidade disso, de falar com aspereza, hoje nós recebemos pessoas de vários níveis, elas vêm com as suas necessidades.
Esses dias,  pela manhã, um médico e a sua esposa passaram pela porta de uma de nossas igrejas, e ele disse para ela:  
_ Você sabe que eu tenho vontade de vir conhecer esta igreja?
_ É mesmo?
_ É. Eu acho que venho hoje à noite mesmo.
Ele foi pra casa com aquela idéia e ficou pensando: Eu vou lá só pra ver, quero ver o que acontece ali.
De noite ele foi lá.  Entrou, sentou-se e ficou aguardando.
O tema da mensagem para aquele culto era: Vem e vê.
Ele encontrou-se comigo e me disse: Amadeu, eu não tinha dito isso nem pra minha mulher, eu disse pra mim mesmo: “Eu vou lá pra ver e a mensagem foi exatamente isso, Vem e vê”.
Uma mensagem simples, mas que penetrou no coração daquele homem, realizando uma grande obra, uma experiência.  Ele tem servido ao Senhor e tem trazido outros colegas.
O Espírito Santo tem aperfeiçoado esse trabalho nos ministérios, a maneira de pregar, tudo isso.
Nestes dias o grupo chamou um irmão, para fazer uns acertos.  Imaginem que ele estava pregando num salão 5 x 6m, sem microfone e um irmão, que estava a três quarteirões dali, no ponto de ônibus, ouvia a mensagem dele.  Era uma gritaria, horrível.
Quando você está na igreja, quando você ouve a palavra gritada, isso irrita muito.
Vejam uma coisa, o Senhor revelou que os instrumentistas sempre toquem durante a mensagem, certo?  Foi feita uma pesquisa nos Estados Unidos, um grupo de neurocirurgiões começou a operar ouvindo música suave e o índice de falhas foi muito menor. Agora, imagine quando você ouve uma música espiritual dentro de um ambiente que já é espiritual e entra com uma mensagem agressiva, ou dita de maneira agressiva.  O que acontece?  Ela destoa.  Mas quando você entra com uma mensagem que está casada, em harmonia com aquilo que é do Espírito, o que acontece?  Uma grande obra está sendo realizada.
Nós estamos aprendendo isso, não há mais necessidade de você gritar, pode pregar de maneira branda e o Espírito Santo vai operar da mesma forma.  O tempo da gritaria já passou.
Nós estamos aperfeiçoando isso, estamos trabalhando os nossos obreiros, estamos falando isso para os diáconos e para os pastores.
O púlpito é uma coisa importante, precisamos ter cuidado para não usarmos certas expressões no púlpito, certas palavras, certos nomes, palavras de duplo sentido.
Você pega um dom para ler, tem que ter cuidado, às vezes as pessoas na igreja não têm certo cuidado de colocar certas coisas que agridem.

4º) Obediência às orientações do presbitério

Hoje nós estamos preocupados em que os pastores, os obreiros entendam o que é presbitério porque tem pessoas que não entendem.
Uma vez eu fiz uma reunião de obreiros e perguntei o que era presbitério. Um disse assim: Presbitério é aquele prédio que está localizado na rua Torquato Laranja, 90, aqui no centro de Vila Velha. A idéia de presbitério para ele era a de um prédio.
Aí eu continuei perguntando. Presbitério é um grupo de pastores que se reúnem uma vez por semana para decidirem os assuntos da Obra, do governo da Obra.
Ninguém sabia o que era presbitério.
Aí, um se levanta de lá e diz: Olha, Amadeu, eu estou muito aborrecido com o presbitério, ele não dá muita atenção aqui para a nossa área.
Afinal, o que é presbitério?  Vamos rever.
Presbitério é o conjunto de presbíteros.  Se você é pastor, então você é presbítero e se você faz parte do presbitério, você é parte do corpo.  Quando você fala mal do presbitério, você está falando mal de você mesmo, só que você está cometendo uma falha maior ainda.  Qual é?
Vou falar uma coisa muito séria.  O Espírito Santo ia excluir um pastor porque ele disse algo que aborreceu o Espírito Santo, mas ele se humilhou e o Senhor teve misericórdia dele.
Nós estávamos numa reunião de pastores e nenhum assunto em reunião de pastores passa sem que o Espírito Santo fale, nós não somos malucos, nós não vamos, por exemplo, comprar um imóvel sem o aval do Espírito Santo.
Certa vez, nós queríamos comprar um terreno na praia da Costa.  Eu achei o terreno bonito, mas como eu não mando nada, levei o assunto para o Gedelti.  Eu disse:
_ Gedelti, aquele terreno...
_ Quê??? Nós não podemos gastar tanto dinheiro, a Obra não está podendo gastar tanto dinheiro, estamos precisando fazer economia, vamos comprar uma casinha e adaptar.
_  Uma casinha para adaptar? 
_ Sim. E não se fala mais nisso, está tudo certo.
Eu fui consultar ao Senhor e Ele me deu aquele texto que diz: Este, pois, se pôs no meio daquele pedaço de terra e o defendeu... (II Sm. 23:12)
Eu fiquei clamando.  Continuamos a reunião e ele disse:
_ Vamos consultar sobre a compra de uma casinha... (ele tinha arranjado uma casinha velha, horrível, mas que ele tinha achado ótima).
Aí um irmão levantou-se e disse: Eu tive uma visão.  Eu vi um terreno assim e assim, na rua tal... (era aquele terreno).
Gedelti disse:
_ Mas esse terreno eu já vi.
_ É, mas o Senhor disse que é pra comprar.
É o Espírito Santo.
Quando você traz um assunto e o Espírito Santo decide diferente daquilo que era a sua vontade e você critica, você está ferindo o Espírito Santo.  Quando você está na sua região, falando: Ah, o presbitério fez isso assim porque Ele tem marcação com esta região, você pode estar ciente de que vai levar uma ripada, uma chicotada do Espírito Santo, não é de nenhum de nós aqui não.  Por quê?
Porque é o Senhor quem está falando, é o Espírito Santo quem está revelando.  Se esta Obra fosse de homem, tudo bem.  Você pode falar mal de quem você quiser, mas do Espírito Santo, nunca.
Outro dia eu reuni os obreiros e disse: Vocês podem falar mal de mim, podem falar mal do Aluízio porque ele é enjoado, podem dizer o que quiserem, mas não podem falar mal do presbitério porque presbitério significa pastor, isso está dentro de um contexto sério da Obra.
O pastor foi levantado para ter um ministério dentro de um corpo, por isso ele precisa entender essa sua função e ter cuidado para não ferir a Obra porque os resultados vêm depois, na pessoa.
Eu estava numa reunião e um irmão falou uma coisa que desagradou ao Espírito Santo e o Senhor deu uma revelação. Ele, imediatamente, levantou-se e disse: Olha, eu quero que orem por mim porque eu fiz uma bobagem.
E o Senhor lhe disse: Meu servo: Eu ia dar-te uma disciplina agora pela tua rebeldia, mas pelo teu ato de humildade, Eu vou revogar.
Ele foi esperto demais, não deixou nem que contassem a revelação, quando ele sentiu o clima, pediu perdão e isso foi a salvação dele.
Nós temos que entender  isso e nos aperfeiçoar.


Amém.

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