Diaconia
A palavra diaconia era aplicada para o ministério e ela significa servir no pó, ou seja, servir na humildade.
A palavra diácono foi usada para designar aqueles que auxiliavam o ministério.
Diaconato não é ministério, diaconato é serviço, o diácono é um auxiliar do ministério. Os diáconos vieram suprir uma necessidade da Igreja primitiva porque ela havia crescido e com isso algumas coisas ficavam pendentes. O diaconato também não é unção, isto é um outro ato para ministério.
Ministério é uma operação diferente, é uma unção, é uma ministração diferente, é uma ministração de governo que o diácono não tem.
Ancião = Bispo = Presbítero = Pastor
Antes de falarmos em ministério, propriamente dito, nós vamos falar de um assunto que gera uma certa dúvida porque as tradições religiosas introduziram certas coisas que não são bíblicas, coisas que foram adaptadas, coisas vindas de costumes religiosos e que não têm base bíblica. Nós vamos falar de três figuras que aparecem no Novo Testamento, que são: Ancião, Bispo e Presbítero.
ANCIÃO
At. 14:23 – E, havendo-lhes, por comum consentimento, eleito anciãos em cada igreja, orando com jejuns, os encomendaram ao Senhor em quem haviam crido.
Chamavam de anciãos àqueles homens mais amadurecidos que formavam oconselho de anciãos, cuja finalidade era a de fazer julgamentos na Igreja, mas o significado bíblico não é esse.
A palavra ancião é de origem hebraica e significa aquele que preside, aquele que dirige. Naquele tempo o ancião era aquele homem que estava à frente de um grupo dentro das sinagogas, era aquele homem mais experiente (e que não era, necessariamente, o mais velho da comunidade).
No tempo da Igreja primitiva, naquelas igrejas onde a maioria era de cristãos de origem israelita (judeus que haviam-se convertido ao cristianismo), a língua predominante era, obviamente, o hebraico, e como esta palavra é de origem hebraica, era comum chamar-se de ancião àquele que o Senhor tinha colocado à frente, aquele servo que tinha o governo da igreja.
O ancião, na verdade, é a figura do pastor (nas igrejas de congregação hebraica).
BISPO
At. 20:28 – Olhai pois por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a Igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue.
Existe uma controvérsia por causa da palavra arcebispo (do latimarchiepiscopu), que seria aquele pastor que tinha outros pastores sujeitos à sua autoridade.
A palavra bispo é de origem latina, e era usada para intitular aquele que tinha a seu cargo uma igreja, portanto, nas igrejas predominantemente latinas, o pastorera chamado de bispo.
Nós vemos no texto lido a palavra apascentar e essa é uma das funções do pastor.
Num outro texto nós vemos o mesmo significado.
I Pe. 2:25 – Porque éreis como ovelhas desgarradas; mas agora tendes voltado ao Pastor e Bispo das vossas almas.
O que nós temos visto na Tradição é que o bispo, é uma espécie de pastor-mor, é como se fosse um chefe de pastores, mas isso não é bíblico, é apenas uma questão de linguagem.
Pastor não é título, não existe o título de pastor no Novo Testamento, pastor é ministério.
A irmã chega e diz:
- Olha, irmão Amadeu...
- Irmão Amadeu??? A senhora dobre a língua... Eu sou o pastor Amadeu.
Eu acho isso extremamente feio.
Certa vez eu estava saindo da igreja e ouvi uma vozinha que vinha de dentro de um carro: Amadeu... Oh, Amadeu...
Eu olhei... Era um rapaz de 60 cm de altura, 5 anos de idade, uma idade bem avançada, estava de pé no banco. Ele disse:
- Amadeu, vem cá.
- O que foi que houve?
- Você pregou demais hoje, demorou muito.
Ele me deu a maior bronca.
PRESBÍTERO
I Pe. 5:1 e 2 – Aos presbíteros, que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero com eles, e testemunha das aflições de Cristo, e participante da glória que se há de revelar: Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto...
Vemos aqui, novamente, a expressão apascentar, que é uma função de quem? Do pastor.
Tt. 1:5 – Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam, e de cidade em cidade estabelecesses presbíteros, como já te ordenei.
I Tm. 5:17 – Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina.
A palavra presbítero é de origem grega, que significa aquele que tem o governo.
As tradições religiosas criaram duas categorias de presbítero, que são:
Presbítero Docente – Que é aquele formado em teologia.
Presbítero Regente - Que é aquele eleito, por voto direto, pela congregação.
Isso também não é bíblico.
Então vemos que presbítero e pastor significam a mesma coisa, e é por isso que o Novo Testamento chama esse grupo de pastores reunidos de presbitério. O presbitério é o conjunto de pastores ou presbíteros.
Todo o mundo pensa que o presbitério é um prédio de quatro andares que fica em Vila Velha, aquilo é apenas uma sede administrativa, mas o verdadeiro significado de presbitério é o conjunto de pastores.
Aí você diz: O presbitério não deixou eu comprar o terreno... Isso é um absurdo.
I Tm 4:14 – Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbitério.
Então nós vemos que presbitério é o grupo de pastores levantados pelo Espírito Santo e ele está em Vitória, está em Portugal, está na Obra como um todo porque é corpo.
Ministérios
At. 6:4 – Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra.
Quem é a Palavra?
É Jesus. Então, quando você diz ministério da palavra, você está falando do ministério de Jesus.
Paulo, em sua primeira carta aos Coríntios, fala daquela ceia que antecedeu ao sacrifício de Jesus.
Naquele dia, o Senhor Jesus chamou os doze discípulos para cear com Ele. (I Co. 11:23 a 26)
Por que somente os doze, se naquela época a Igreja já tinha quase cento e vinte pessoas? (At. 1:15)
Porque o Senhor Jesus estava encerrando a sua obra e, naquele ato, Ele estava transmitindo o seu ministério a todos eles. Como?
O Senhor Jesus pegou o pão e disse: Isto é o meu corpo que é partido por vós.Então Ele corta e dá um pedaço do pão para cada um dos discípulos que estavam ali.
Aquilo representava a transferência do seu ministério para os seus apóstolos, não é um ato para a Igreja, Ele não chamou a Igreja, Ele chamou os doze apóstolos, Ele estava repartindo o seu ministério com os doze.
Existe um outro aspecto nesse partir o pão. Nenhum dos doze discípulos poderia assumir, isoladamente, todo o ministério de Jesus. Não existe nenhum servo que tenha o ministério de Jesus na sua totalidade. Cada um daqueles pedaços representava parte do ministério de Jesus.
E como aparece esse ministério de Jesus na Igreja?
Ele aparece de cinco maneiras diferentes.
Ef. 4:11 – E Ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores.
Estes cinco ministérios estão representados pela mão do Senhor Jesus, são os atos de Jesus que nós vemos, profeticamente, quando se refere ao seu ministério, como, por exemplo, a cura do cego de Betsaida.
Jesus tomou o cego pela mão e o tira da aldeia (o mundo) e impõe-lhe as mãos. Tudo isso já é profético a respeito do ministério que seria na Igreja, que é a mão de Jesus operando, é a sua ministração.
O ministério da palavra, que é a mão de Jesus, compreende esses cinco ministérios.
Suponhamos que o presbitério está reunido porque vai haver uma unção. Eu chego e digo assim: O Senhor revelou que o irmão José dos Santos fosse levantado para o ministério da palavra. Então a Igreja se levanta, o irmão José chega à frente para ser ungido.
Depois eu digo: O Senhor revelou que o irmão Carlos da Silva seja levantado para o ministério de evangelista. Está certo ou está errado?
Está errado porque o ministério de evangelista também é ministério da palavra.
A Palavra é Jesus, o ministério é de Jesus, a mão é de Jesus, portanto, apóstolo é ministério da palavra, profeta é ministério da palavra, evangelista é ministério da palavra, pastor é ministério da palavra e mestre é ministério da palavra. Cada um é parte de um todo, que é o ministério de Jesus, que é o ministério da Palavra.
Então, quando eu chamar o irmão à frente, eu digo: O Senhor revelou que o irmão Carlos da Silva vai ser ungido para o ministério da palavra, como evangelista. O Senhor já está dizendo o tipo de atuação do ministério daquele irmão. Mas, às vezes, o Senhor não revela em que o irmão vai atuar, ele só vai saber à medida que for trabalhando.
Apóstolo
A palavra apóstolo é de origem grega e significa enviado com autoridade, ouembaixador, era o representante do rei.
Os primeiros doze apóstolos tiveram a sua primeira missão diretamente voltada para Israel. O Senhor Jesus lhes ordenou o seguinte: Não ireis pelo caminho das gentes, nem entrareis em cidade de samaritanos; mas ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel. (Mt. 10:5 e 6)
Pedro foi muito usado e os demais apóstolos também, mas a meta era Israel.
Entretanto, com Paulo acontece diferente porque ele foi chamado para ser enviado aos gentios. O Senhor Jesus disse para Ananias: Vai, porque este(Paulo) é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel. (At. 9:15)
Há uns vinte anos, quando começamos a dar este assunto no seminário, surgiu uma dúvida sobre a existência desse ministério por parte de alguns pastores, principalmente daqueles que vieram da Tradição. Eles diziam que os apóstolos existiram somente no tempo apostólico.
Para desfazer esta dúvida, o Senhor revelou que os pastores se reunissem num final de semana. Nós fizemos um preparo e fomos para Juiz de Fora. Naquela reunião o Senhor desfez a dúvida numa única frase, Ele disse: Hoje Eu ainda tenho apóstolos.
Nós não saímos anunciando quem é apóstolo porque o ministério não é título, ministério é função, é um ato de ministração, mas nós sabemos identificar aqueles que são porque existem certas características nesse ministério.
Nós temos pastores na Obra que deixam uma igreja por onde eles passam. Essa é uma característica do apóstolo, está na Bíblia. Paulo, Silas, João, Barnabé, todos eram assim. Paulo esteve preso em Roma e deixou lá uma igreja maravilhosa. Pode ser um lugar terrível, mas ele deixa uma igreja plantada ali.
Eu estava conversando com o Sérgio a respeito do início da Obra em Portugal. Ele disse que um pastor foi morar lá e, um dia, ele foi a uma livraria para comprar um livro evangélico e, o dono da loja lhe disse: Pelo que vejo, o senhor gosta muito de literatura evangélica. Há um grupo aqui que está sempre comprando destes livros também. Parece-me que eles se reúnem em tal lugar.
O irmão pegou o endereço.
Num sábado, quando o Sérgio estava em casa, tocaram a campainha. Ele foi ver quem era. Abriu a porta. Era o irmão. Ele disse: Eu sei que vocês se reúnem para estudar a Bíblia, eu também gosto, eu sou evangélico e gostaria de participar dos estudos. Eu posso?
O Sérgio olhou para ele com desconfiança, mas deixou.
No dia marcado, uma quinta-feira, ele estava lá. Era um grupo de dez universitários.
Ele foi à reunião durante um mês e não falava nada, boquinha fechada.
O Sérgio ficou curioso e perguntou a ele:
- Você não tem nada para dizer?
- Tenho.
- Você podia trazer um assunto na próxima semana?
- Posso. Eu vou trazer “clamor pelo sangue de Jesus”.
- Você tem outro assunto?
- Tenho. Na outra semana vou trazer “consulta à Palavra”.
- Você tem mais?
- Tenho. Obra de Saul e obra de Davi.
E foi dizendo.
O Sérgio perguntou:
- De onde você é?
- Sou do Brasil.
- Eu vou com você lá no Brasil porque eu quero conhecer.
Esse foi o início da Obra em Portugal, dez, quinze, vinte universitários. Daí a um pouco o pessoal começou a vir e hoje nós temos dezesseis igrejas em Portugal.
Isto é um ato de um ministério.
O apóstolo é representado pelo dedo polegar, que tem uma característica peculiar, ele tem um tipo de articulação que lhe permite trabalhar com todos os dedos da mão, ele articula com qualquer dedo. Então, o apóstolo é aquele que profetiza, que evangeliza, que apascenta, que ensina, é uma atuação mais abrangente.
Temos exemplos de outros apóstolos, tais como: Epafrodito (Fp. 2:25), Tito (II Co. 2:13), Silas, Timóteo, Andrônico e Júnia (Rm. 16:7) e outros.
O Senhor tem os seus apóstolos ainda hoje, homens levantados para o ministério da palavra.
A característica dos apóstolos é o trabalho que eles desenvolvem, um trabalho anônimo, sem títulos, um trabalho em função daquilo que o Senhor tem revelado.
Profeta
O ministério de profeta não é a mesma coisa de profecia, dom espiritual.
Quando Paulo chega a Cesaréia, ele fica na casa de Filipe, o evangelista, que tinha quatro filhas que profetizavam. (At. 21:8 e 9).
Elas tinham o ministério da palavra?
Não, elas tinham o dom de profecia.
No Velho Testamento nós temos o exemplo de Ana, ela era profetiza.
O profeta é colocado dentro dos ministérios porque é o ato do exercício dos dons dentro dos ministérios. Por quê?
Porque são dons que expressam governo. Eles estão dentro dos ministérios porque têm um direcionamento, são dons que vão exercer o governo de toda a Obra, é diferente do dom dentro da igreja local.
O dom dentro da igreja local, ele é para a edificação da própria igreja. O dom dentro dos ministérios, ele orienta o governo de toda a Obra. Por exemplo, não é o dom na igreja que diz quem vai ser pastor.
Aí você diz: Ah... mas o Senhor me revelou que o irmão ia ser pastor e ele foi levantado. Tudo bem, o Senhor disse isso e o ato se cumpriu e você foi edificado, mesmo assim quem define o momento, é o dom dentro do presbitério, é o dom dentro dos ministérios.
Paulo diz a Timóteo: Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia..., ou seja, com a participação do presbitério e não da igreja local. O ato de ministério é ato de presbitério, não é ato da igreja local.
Nós somos humanos e como tal, às vezes nós pegamos a doutrina e levamos para o lado pessoal.
Um dia eu cheguei ao consultório e lá estavam duas senhoras falantes:
- É, Amadeu, tudo bem?
- Tudo bem.
Aí uma disse para a outra: Ele é pastor.
E ela me perguntou:
- De qual igreja, pastor?
- Eu sou da Maranata.
- Ah, sei, aquela igreja onde a mulher não apita.
- Não, a senhora está enganada.
- Dizem que lá a mulher não manda nada.
- Não é assim não, existe um trabalho de senhoras lá, e eu duvido que na sua igreja tenha um igual. Elas cuidam de tudo, de toda parte social e o pastor que se mete, acaba atrapalhando. Elas cuidam dos adolescentes, das crianças, e elas são mais usadas nos dons do que os homens. Elas têm um lugar de honra no nosso meio.
Dentro da doutrina (nós estamos falando de corpo) é a mesma coisa.
Se as mulheres fossem reclamar porque não são pastoras nem diaconisas, era como se o ouvido dissesse para a boca: Mas, vem cá. Toda comida passa somente por você e eu... nada.
Você vai enfiar uma feijoada pelo ouvido?
Não, cada um tem a sua função. Nós já entendemos o que é corpo e isso é uma bênção para nós.
MINISTÉRIOS (II)
Na aula anterior nós falamos sobre o ministério de apóstolo e começamos a falar sobre o de profeta. Nós vimos que todos os ministérios estão dentro do ministério da Palavra. Vamos voltar ao livro de Atos.
At. 6:2 a 4 – E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas... Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra.
Então nós vemos que o ministério da Palavra era para os apóstolos e o serviço para os diáconos. O ministério da Palavra é o ministério de Jesus, ou seja, é aquilo que Ele fez no partir do pão.
Paulo identifica estes ministérios como a mão de Jesus, cada dedo representa um ministério, ou seja: polegar = apóstolo / indicador = profeta / médio = evangelista / anular = pastor / mínimo = mestre.
Profeta
O profeta é aquele que aponta, é o ministério que está ligado aos dons.
A palavra profeteo significa aquele que profetiza, mas alguns crentes tradicionais (e até mesmo alguns estudiosos da Bíblia) diziam que o profeta é aquele que fala da parte do Senhor e, por isso, quando você ia falar sobre dom de profecia, eles entravam com este argumento, dizendo que o profeta seria aquele que prega a mensagem, baseados no significado da palavra profeteo.
O substantivo profeteo (que significa aquele que fala da parte do Senhor) não era um indicativo de que se estava profetizando, eles admitiam que o profeta também estaria falando da parte do Senhor na mensagem, no ensino, por isso havia aquele comentário.
O sentido do substantivo, da palavra profeteo, está dentro do ministério, ou seja,o profeta é aquele que fala da parte do Senhor, mas que é usado em dons dentro dos ministérios, é aquele que está dentro desse corpo, que é o presbitério.
No Principiantes, na aula de Igreja – Corpo de Cristo, nós vimos que Paulo aborda corpo sob dois aspectos.
1º) Como Igreja local
Quando ele fala aos coríntios, ele usa a doutrina sobre dons, ele conclui chamando a atenção para corpo, ele está-se referindo à Igreja local.
2º) Como Obra
Quando ele fala aos efésios, ele fala de ministérios, ele fala de corpo, não mais como igreja local, mas de todos os ministérios que compõem este corpo, ele está falando sobre a Obra de uma maneira geral, nos seus ministérios.
Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia. É aquele ministério que é apontado pelo próprio ministério, ele é apontado pelo profeta, com a imposição de mãos do presbitério, do corpo, quer dizer, é o corpo que assume aquele que está entrando para o corpo, é a participação do corpo neste ato. É por isso que a figura do profeta está dentro dos ministérios.
Alguém poderia querer saber quem é o profeta na Obra, mas isso não importa porque nós não estamos preocupados com títulos. O profeta é uma função porque o ministério é uma função.
Nós podemos ver que alguns servos têm mais de um ministério, assim como podem ter mais de um dom. Existem servos que têm dois, três dons. Ninguém, no entanto, pode ter os nove dons porque aí não precisaria de corpo. Em se tratando de ministérios, eu creio que não passam de dois. O falecido pastor Jonas, por exemplo, tinha dois ministérios, ele era evangelista e era profeta, muito usado pelo Senhor.
João Batista era um profeta do Velho Testamento (apesar de ser contemporâneo de Jesus), ele foi o último profeta da lei, mas nós temos diversos exemplos de profetas no Novo Testamento.
I Co. 12:29 – Porventura são todos apóstolos? São todos profetas?...
Ef. 3:5 – O qual, noutros séculos, não foi manifestado aos filhos dos homens, como agora tem sido revelado pelo Espírito aos seus santos apóstolos e profetas...
O Novo Testamento cita profetas que não são do Velho Testamento, como por exemplo, Ágabo, Simeão, Judas, Silas e outros.
E as quatro filhas donzelas de Filipe, o evangelista, que profetizavam?
Elas não eram profetisas, elas tinham o dom de profecia.
Evangelista
A palavra evangelista deriva de evangelho, que significa boas novas, portanto,evangelista é aquele que leva as boas novas.
Quais são as características do evangelista?
1ª) O ministério de evangelista é um ministério com muitos sinais.
At. 8:5 – E descendo Filipe à cidade de Samaria, lhes pregava a Cristo. E as multidões unanimemente prestavam atenção ao que Filipe dizia, porque ouviam e viam os sinais que ele fazia.
Você não pode ter um evangelista sem que ele tenha esta característica. Aí você diz: Mas todos evangelizam...
Sim, todos evangelizam, até a Igreja toda pode evangelizar, no entanto ela não tem o ministério de evangelista.
A Palavra diz que eles pregavam por todas as partes, cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. (Mc. 16:20)
O ministério de evangelista se caracteriza pelos sinais.
Pedro e João haviam sido usados pelo Senhor para curar aquele coxo que estava na porta do templo e, ao saberem disso, os principais, os anciãos, os escribas e os da linhagem do sumo-sacerdote perguntaram a eles:
At. 4:7 a 10 – Com que poder ou em nome de quem fizestes isto?
Então Pedro, cheio do Espírito Santo, lhes disse: “Principais do povo, e vós anciãos de Israel. Visto que hoje somos interrogados acerca do benefício feito a um homem enfermo, e do modo como foi curado, seja conhecido de vós todos, e de todo o povo de Israel, que em nome de Jesus Cristo, o nazareno, aquele a quem vós crucificastes e a quem Deus ressuscitou dos mortos, em nome desse é que este está são diante de vós”.
O evangelista não precisa fazer força para evangelizar porque, uma das coisas que caracterizam o servo nesta Obra é o sinal invisível da operação de Deus na sua vida. Quando você tenta tornar esse sinal numa coisa visível, algo que chame a atenção, você se desmoraliza, você se descaracteriza. A Bíblia fala daqueles que tentaram imitar Paulo, invocando o nome de Jesus. Os sete filhos de Ceva, principal dos sacerdotes, por exemplo, queriam exorcizar os espíritos malignos, até que um dia, um disse para eles: Conheço a Jesus, e bem sei quem é Paulo, mas vós quem sois? Aí pegou dois deles, tirou-lhes a roupa, deu-lhes uma surra daquelas e pôs todos eles para correr, foi um vexame. (At. 19:11)
O poder que Deus manifesta é invisível e foi por isso que quando nós viemos para a Obra, o Senhor nos revelou que teríamos que abolir aquelas manifestações aparentes dos Movimentos... Está repreendido no nome de Jesus!... Chamou a atenção para si. Isso não é manifestação de poder, é manifestação de grito, é espantar o adversário no grito. Às vezes a pessoa nem está oprimida, está apenas deprimida, mas quando ouve aquele grito, fica cheia de medo, fica liberta pelo medo. O inimigo não tem medo de grito, e nem doença tem medo de grito.
Um grupo pentecostal foi fazer uma visita num hospital em Vitória. Eles eram evangelistas, e foram visitar a enfermaria de doentes cardíacos. Estavam lá dois enfartados que tinham acabado de sair da UTI. Eles fizeram uma gritaria tão grande que um deles teve uma parada cardíaca e morreu e o outro teve que voltar para o CTI às pressas. O evangelista não precisa dessas coisas.
2ª) O evangelista tem que ter uma palavra no Espírito.
Na minha igreja tinha um evangelista que estava-me ajudando. Vejam bem o castigo. Num domingo, uma hora da tarde, ele me telefona para que eu fosse à sua casa para evangelizar um advogado, amigo dele, um homem culto, lá do interior de Minas e tal.
Fiquei conversando com o camarada das 13:00h às 16:00h, ele falava muito sobre parapsicologia, tinha muitos argumentos, eu já não agüentava mais, eu já estava com raiva, tentava mostrar delicadeza, mas já estava saturado, o sujeito era mesmo enjoado.
O tempo todo o evangelista esteve no meu lado, conversa vai, conversa vem e ele ali. Lá pelas tantas, já quase quatro horas da tarde, o evangelista virou-se para o sujeito e disse: Olha, doutor, eu vou dar uma palavrinha para o senhor. Sabe qual é o seu problema? O senhor não tem vida eterna.
O camarada caiu chorando no chão.
Eu fiquei três horas falando com o sujeito (acho até que falei a mesma coisa, que ele não tinha vida eterna), disse tudo o que precisava, aí vem o evangelista e com apenas uma frase desmonta o homem, o camarada caiu chorando...Orem por mim... chorando. Ele recebeu uma bênção com apenas uma frase.
Acho que Deus permitiu aquilo para me dar uma lição, mostrar que eu não sou um evangelista.
O ministério de evangelista é assim, humilde, submisso, um ministério de sinais.
Esse mesmo evangelista, o do caso anterior, ele era muito engraçado, ele dizia coisas sem sentido, só o sujeito que estava sendo evangelizado entendia, era um milagre do Espírito.
Um dia ele chegou à igreja com uma senhora visitante. Ele disse para mim:
- Está vendo aquela senhora? Foi uma experiência que o Senhor me deu hoje.
- É? Como foi esta experiência?
- O Senhor me revelou uma casa, número tal. Eu fui lá, vi a casa, aí bati na porta, toquei a campainha. A mulher gritou lá de dentro perguntando quem era. Eu disse: “Sou eu”.
E ela perguntou: “Eu quem?” Ela veio e me perguntou: “O que o senhor quer?”
Eu disse: “Eu vim entregar uma palavrinha do Senhor Jesus para a senhora”.
Ela disse: “Ah, meu senhor, pregue para este povo que não tem religião, esse povo que não tem Deus, porque eu já tenho a minha religião, eu já tenho Deus. Eu estou muito ocupada, estou fazendo o almoço”.
(Se eu ouvisse um negócio desse, eu já saía correndo).
Eu disse: “Mas olha, a senhora não fica zangada não porque eu só vou fazer uma oraçãozinha para a senhora, bem pequenininha”.
Ela disse: “Mas eu estou ocupada, o almoço, as crianças têm que ir para a escola”.
Eu disse: “Mas eu não vou tomar o seu tempo, é só uma oraçãozinha”.
Ela disse: “Está bem, moço”.
Ela abriu a porta e ele entrou. Pegou a Bíblia e disse assim: Mas antes de orar eu vou ler só um pedacinho da Bíblia. A senhora pode ficar sentada.
Quando ele começou a clamar, quando ele começou a orar pela mulher, ela caiu num pranto... esqueceu até do almoço. Ela recebeu uma bênção, o Senhor a visitou, o Senhor a libertou e ali estava ela na igreja, naquele mesmo dia, convertida.
3ª) O evangelista não pode ficar muito tempo na mesma igreja.
Às vezes ele fica chateado porque o presbitério manda pra lá, traz pra cá, não deixa ninguém parado no mesmo lugar. Mas por que isso?
O evangelista é uma bênção, ele faz a Igreja crescer, mas tem um ponto que se ele ficar, ele faz a Igreja diminuir porque ele começa a doutrinar e isso é um arraso total, eu não conheço fracasso maior.
Eu lembro de um evangelista que foi pregar, ele via todo o mundo entregando revelação e então foi pregar. Como ele estava acostumado com os milagres, ele achou que a mensagem também era um milagre. Ele pregou sobre o templo de Salomão. Ele começou dizendo que as colunas do templo de Salomão eram cinco (quando na verdade são sete); esse foi o primeiro milagre que ele fez na mensagem, reduziu o número das colunas e o templo não caiu. Depois ele disse que as cinco colunas representavam os quatro evangelhos; foi o segundo milagre. Depois ele disse que os quatro evangelhos eram: Mateus, Lucas e João. Com essa o templo caiu... três colunas... de sete passou para três.
Nesta Obra o servo não pode fugir das suas características, ele tem o ministério e tem que seguir aquilo que Deus colocou para ele, assim ele vai ser uma bênção, não adianta inventar, não adianta criar coisas extraordinárias. O evangelista é simples naquilo que ele faz, é simples naquilo que o Senhor usa.
A vida do evangelista é uma vida de oração, de jejum, de luta, de prova, de conversão.
4ª) Eles iam de dois em dois e voltavam sempre ao ponto de partida, trazendo as notícias para o presbitério.
Pastor
A função do pastor é apascentar o rebanho. O maior exemplo de pastor é o próprio Senhor Jesus.
Quais são as atribuições do pastor?
1ª) Não se afastar do rebanho.
2ª) Apascentar.
3ª) Cuidar das necessidades da ovelha.
4ª) Corrigir, mostrando governo, admoestar.
Todo pastor tem uma maneira de agir com relação à ovelha, ele ouve, ele cuida (não estou falando de bode), ele senta com ela, ele emprega um tempo porque tem ovelha que é enjoadinha, mas é isso mesmo, essa é a função dele, se interessar pela ovelha, orientar; é aquilo que ele faz com o jovem, que é a ovelhinha mais complicada, aquelas coisas que vêm, aquilo que está na cabeça. Às vezes ela está machucada, está ferida, precisando de medicamento, que é a palavra que você usa, é a oração, é o clamor; às vezes você jejua com ela, clama com ela; isso é um ato do pastor, o cuidar da ovelha, ajudar na caminhada, direcionar.
A Palavra diz: Obedecei a vossos pastores, e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil. (Hb. 13:17)
A ovelha se apega ao pastor, por isso ele não pode criar barreiras entre si. É por esta razão que há um cuidado do presbitério quando um servo vai ser levantado, o presbitério quer logo saber como é a esposa dele porque se quando ele está atendendo, ela fica mexendo no relógio; se ela interrompe a reunião do grupo de intercessão, bate na porta e diz: Olha, amor, já são 21:30h; se ela é ciumenta, se não deixa ninguém chegar perto, fica logo de bico, esse irmão não pode ser pastor, isso atrapalha, traz dificuldade porque o trabalho do pastor é cuidar de ovelha. Ela diz: Puxa! Aquela mulher não te deixa em paz, heim??!! Misericórdia!!... Mas trata-se de uma ovelha.
Às vezes a mulher chega em casa e pergunta: O que Fulana queria com você?Você não vai ser indelicado com ela, você vai dizer: O que eu conversei com aquela senhora, não é da sua conta, amor.
5ª) Conhecer as suas ovelhas
Eu lembro de uma experiência que um irmão me contou a respeito de uma viagem que ele fez numa região agrícola, no interior de Israel. Ele estava almoçando num restaurante que ficava num campo muito grande. Depois do almoço ele viu chegar um pastor com um rebanho de aproximadamente trezentas ovelhas, ele veio e sentou debaixo de uma árvore próxima, botou o cajado do lado e as ovelhas ficaram ali, comendo a erva, bebendo água do córrego. Depois ele viu chegar um outro pastor trazendo o seu rebanho, ele ficou conversando com o colega e os rebanhos dos dois se misturaram. Uma hora depois já estavam ali uns cinco rebanhos, aquele lugar parecia ser uma rota de pastores, eles se encontravam ali e ficavam conversando enquanto os rebanhos comiam e bebiam. O irmão ficou ali para ver como eles iam separar os rebanhos, ele pensou: Na hora de separar os rebanhos vai ser um negócio difícil saber quem é quem.
Ele disse que lá pelas tantas um dos cinco pastores levantou-se para ir embora, ele foi saindo, andou uns cinqüenta metros e então gritou uma palavra qualquer da sua língua; foi um alvoroço no meio dos rebanhos, as ovelhas pulavam umas por cima das outras, corriam de um lado para o outro abrindo passagem e, daqui a pouco, todas as ovelhas daquele homem estavam junto dele, em menos de cinco minutos.
6ª) Preservar a ovelha
O pastor tem o cuidado de ver se tem ervas venenosas que possam fazer mal à ovelha (e até matá-la) e a desvia daquele perigo.
O pastor também sempre tem consigo alguns elementos para cuidar das ovelhas, tais como:
Vinho - O pastor traz um odre de vinho não alcoólico, usado como cicatrizante porque às vezes a ovelha pode-se ferir.
Azeite - Naquelas regiões arenosas do Oriente existem muitas moscas varejeiras e esses insetos colocam as suas larvas no focinho da ovelha (porque é um lugar de extrema umidade) e elas vão-se alimentando daquilo ali até chegar ao cérebro do animal, deixando-o louco ou mesmo matando-o. Para evitar isso, o pastor besunta a cara de cada ovelha com azeite grosso e o inseto não pousa ali, é um tipo de repelente.
O azeite também serve para isolar a ferida da poeira, da terra.
Então nós vemos uma semelhança muito grande com a parábola do bom samaritano.
Isso é uma maneira de prevenir uma doença grave que poderia acometer as ovelhas.
Lá em Vila Velha, toda vez que vai chegando o verão, eu tenho que pegar ovelha por ovelha e besuntar de azeite porque beira de praia é um lugar muito arenoso, muito seco, é um perigo, principalmente para a ovelha jovem, tem muita mosca varejeira.
Cajado - A ferramenta de trabalho do pastor é o cajado (assim como o laço é a ferramenta de trabalho do boiadeiro) porque ele serve para diversas coisas. Aquela curva em uma das extremidades, por exemplo, serve para pegar a ovelha na entrecoxa quando ela cair num buraco ou quando se desgarrar.
O cajado também serve para conduzir o rebanho.
O cajado também serve como arma, o pastor golpeia o predador da ovelha até matá-lo. O cajado não é para bater na ovelha, é para bater no lobo.
Nestes dias entrou na minha igreja um indivíduo efeminado, sujeito todo complicado, ele queria ser evangelizado, mas só por rapazinhos. O escolhido foi um menino de quinze anos, a mãe ficou apavorada, ele começou a dar presentes ao menino, aquelas coisas.
Eu já estava de olho nele. Um dia eu chamei o camarada e disse:
- Oh rapaz, vem cá, eu quero falar com você.
- Sim senhor.
- Você sabe que eu vou botar a polícia atrás de você? O que você está fazendo com esse menino aqui, isso é molecagem, sabia? Isso aqui não é lugar pra você não.
- Mas pastor, eu estou afim de uma bênção...
- Você não está afim de bênção não, a sua intenção é fazer uma coisa muito ruim, mas você não vai conseguir isso aqui não. Se você continuar a vir aqui, eu vou botar a polícia atrás de você.
Aquilo ali era um lobo e pra lobo só paulada na cabeça. É um tipo de gente perniciosa, gente que vem trazida pelo adversário, gente que não quer libertação, não quer salvação, gente que entra com a missão de criar problema com a moça, com o adolescente, com a criança, com o nosso povo, é lobo, é gavião e para esse tipo de gente, não tem acordo, é paulada, pode bater mesmo, o cajado é para isso também.
Na ovelha você não bate, você cuida.
O cajado também era usado para proteger o carneiro, quando ele enfrentava seus inimigos naturais. O carneiro protege o rebanho, ele é um animal muito forte e não se intimida, ele enfrenta animais maiores do que ele. Se um carneiro der uma cabeçada no boi, uma marrada, ele derruba o boi.
Eu cheguei à conclusão que, no rebanho que somos nós, o carneiro seria o diácono, porque não tem cabeça mais dura do que a do diácono.
Mestre
É o ministério do ensino, ele é o menor dedo da mão, mas ele é importante porque é o ministério de doutrina.
Paulo disse: Porque eu sou o menor dos apóstolos, que não sou digno de ser chamado apóstolo, pois que persegui a igreja de Deus. (I Co. 15:9)
Paulo disse que ele era o menor, mas, profeticamente, ele estava dizendo que era o maior doutrinador da Igreja primitiva.
As experiências de doutrina que nós temos na Obra vieram através desse ministério.
É o menor ministério porque a Obra não cresceu por causa da doutrina, ela cresceu por causa da evangelização. A doutrina é importante porque ela ajudou a segurar os fiéis.
Eu estava em Vila Velha e, toda pessoa que se convertia lá na igreja, um adventista corria atrás com aquele discurso, é sábado, é carne de porco, aquela coisa toda. Nós começamos a orar e o Senhor começou a revelar um assunto novo no Maanaim, que foi Dia do Descanso.
Aí aconteceu um fato interessante, o irmão caçula e o sobrinho desse adventista se converteram lá na igreja e foram fazer o Principiantes. Num domingo, quando a família estava reunida na casa da mãe desse cidadão, ele veio com aquela ladainha, com aquela lengalenga de sábado, de carne de porco. Esses dois novos convertidos já vieram preparados do Maanaim para pegar o sujeito.
Ele veio logo para atacar:
- Então, aprenderam muito lá no Maanaim?
- É, nós aprendemos sim.
- E aí. Estão guardando o sábado ou o domingo? Qual o dia que vocês aprenderam a guardar?
- Todos.
- Todos? Como assim? É apenas um dia para guardar. Qual o dia que eles ensinaram a vocês para guardar?
- Qual é o dia que o senhor guarda?
- Eu guardo o sábado porque está na Bíblia.
- Pois é, mas Jesus disse assim: “Vinde a mim todos vós que estais cansados”, então nós vamos a Jesus todos os dias, no sábado, no domingo, na segunda, na terça, na quarta, na quinta e na sexta, portanto, nós estamos ganhando do senhor de 7 X 1, é de goleada.
- Mas espera aí, vocês têm que ter um dia de descanso.
- O nosso descanso é o Senhor. O senhor está dentro daquele texto de gálatas (5:4) que diz: “Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei: da graça tendes caído”. O senhor é um caído.
- Espera aí. Que negócio é esse?
Acabaram com o homem. Depois ele se encontrou comigo e disse:
- Amadeu, eu quero falar com você. Eu estou envergonhado, o meu irmão e o meu sobrinho que estão na sua igreja, eles me desmoralizaram perante a minha família toda, disseram que eu sou um caído, que eu estou debaixo de uma maldição, acabaram comigo. Você precisa dar uma palavra para eles.
- Você pode estar certo que hoje eu vou ter uma reunião com eles e vou lhes dar uma palavra.
- Você vai fazer isso, Amadeu?
- Vou fazer.
De noite, eu chamei os dois e disse:
- É isso mesmo, continuem, vamos em frente.
A palavra que eu tinha que dar, eu dei.
Isso é o resultado da doutrina, é o ensino.
Paulo disse: Para o que (digo a verdade em Cristo, não minto) fui constituído pregador, e apóstolo, e doutor dos gentios na fé e na verdade. (I Tm. 2:7)
Paulo tinha mais de um ministério e um deles era o de mestre.
Unção e Ordenação
No levantamento do servo para o ministério acontecem dois atos separados e que têm um intervalo de tempo entre si, que são a unção e a ordenação.
Unção - É o chamado para o ministério, é o ato inicial.
No começo, o Senhor disse que Davi era tipo desta Obra.
O que aconteceu com Davi?
Samuel foi à casa de Jessé e ungiu Davi, derramou azeite sobre a sua cabeça, mostrando que ele agora seria rei em lugar de Saul.
Davi saiu dali e foi direto tomar posse do reino de Israel?
Não. Ele foi ungido e passou por um período de provas, levou um tempo para que ele assumisse o governo como rei.
Essa Obra é a mesma coisa. O Senhor chama, Ele separa do meio das ovelhas, da malhada, aquele que vai ser levantado para o ministério e, depois de um certo período, vem a ordenação.
Ordenação - É a entrega do governo ao que foi ungido, separado para o ministério, é a ordem para assumir o governo.
DIÁCONOS
O nosso assunto está ligado ao assunto ministérios.
Quem é o diácono?
O diácono é aquele servo levantado para auxiliar os ministérios (como foi dito na primeira aula).
***** ACOMPANHAR NO PAINEL *****
O ponto importante que nós vemos com relação ao diácono no nosso meio, é sobre a escolha.
A Palavra diz: Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio. (At. 6:3)
Quais eram os critérios para esta escolha?
1º) Ser cheio do Espírito Santo.
São homens cheios do Espírito Santo, cheios de dons espirituais, cheios de experiências com o Senhor.
Essa é a primeira característica, e uma característica importante, porque o obreiro que vai ser levantado para o diaconato tem que ser um homem que busca ao Senhor, que tem experiências com os dons. No passado, alguns foram levantados antes de terem tido essa experiência, mas hoje houve um aperfeiçoamento.
Hoje você vê um irmão, ele é uma boa pessoa, mas não tem muita experiência com dons, ele não tem dons. O diaconato fica difícil para ele porque é necessário que ele tenha dons, é muito importante que ele tenha dons, que ele seja cheio do Espírito Santo.
2º) Ser cheio de sabedoria.
Às vezes você tem um irmão cheio do Espírito Santo, mas sem sabedoria, ele tem visões, tem revelações, é usado em línguas, ele é cheio de dons, mas não tem sabedoria. Ele não deve ser levantado para o diaconato.
Aí está a importância do governo. Chove dons para levantar aquele irmão, mas ele tem dificuldade com relação à sabedoria, ele é um perigo por causa da falta de sabedoria.
A falta de sabedoria, às vezes, ela se torna perigosa.
O pastor estava-me contando a experiência de um diácono, ele teve uma visão com um rapaz, um instrumentista novo, um tecladista. Na visão, esse rapaz, aparecia com um sapato cor-de-rosa.
Ele chegou para o rapaz e disse assim: Olha, sapato cor-de-rosa não dá. Esse negócio de tocar teclado com sapato cor-de-rosa... pega mal... fica muito ruim para você...
Discerniu mal, levou a coisa para o outro lado, para aquilo que o mundo pensa, que é: rosa = feminino, azul = masculino.
Ser cheio do Espírito Santo e vazio de sabedoria é complicado, complica tudo, às vezes um culto, às vezes um dom, no atendimento ao visitante, na casa de um irmão, ele pode complicar.
Ele tem que ter sabedoria não somente em relação ao dom, mas também com relação ao seu próprio comportamento.
Havia um obreiro na igreja, homem cheio do Espírito Santo, mas você tinha que correr atrás porque era cada absurdo que saía, cada coisa desastrosa por causa da falta de sabedoria.
Teve um que chegava à casa dos outros “farejando a comida”, ele chegava e já ia dizendo: Hummm Que cheirinho de carninha assada! E ia direto para a cozinha, destampava a panela, se servia, metia a mão e tirava um pedaço... Que delícia!
Espera aí. Isso não fica bem, isso é falta de sabedoria, é imprudência, não é admissível.
Às vezes o diácono vai fazer uma visita, a senhora está sozinha em casa, o marido está trabalhando, os filhos na escola, ele vai lá sozinho e faz a visita.
Fez a primeira vez. O pastor toma conhecimento e chama: Olha, Fulano, você fez uma visita na casa da irmã, o marido não estava, os filhos na escola. Você sabe que isso não pode, ou você leva a sua esposa ou espera o marido dela estar casa, mas sozinho nunca.
Se ele fizer novamente, não precisa nem consultar ao Senhor, pode afastar do diaconato, porque é uma orientação que o Senhor tem dado. Das duas uma, ou ele está mal intencionado ou tem alguma coisa errada na cabeça dele.
Isso faz parte da sabedoria. Se você tem um obreiro sem sabedoria, ele vai ter que esperar.
3º) Ser de boa reputação.
Às vezes você tem um irmão que é usado na igreja, mas ele não tem boa reputação, o comportamento dele lá fora não condiz, os negócios que ele faz, não abonam. Não está na hora, tem que ter cuidado para não expor a Obra.
4º) Servir bem
O diácono adquire confiança na fé à medida que ele serve.
Servir bem é estar disposto a qualquer momento, é ser solícito, é estar disponível quando é necessário.
5º) Zelar pela doutrina.
Uma das funções mais importantes do diácono é zelar pela doutrina e para isso ele precisa conhecer bem a doutrina.
Você pega um diácono que não tem feito os seminários, ele não conhece profundamente a doutrina, isso é perigoso porque ele está no grupo de assistência, então surge uma dificuldade com relação à guarda do sábado, com relação às testemunhas de Jeová, à carne de porco (estou dando os nomes porque é uma aula de seminário, mas não é para falar na igreja, “dar nome aos bois”, falar Testemunhas de Jeová, adventistas, esse pessoal todo).
Surgiu um assunto desses, o diácono tem que ter base doutrinária para esclarecer, para dirimir as dúvidas porque ele é responsável, ele zela pela doutrina.
Tem um irmão que está sendo assediado por grupos estranhos, com conversas, ele está ficando com dúvidas, aí o diácono entra com a doutrina, é um trabalho que tem que ser feito dentro da igreja.
6º) Participar ativamente do culto.
O diácono é importante para o culto porque ele conhece todo o funcionamento da igreja.
Ele deve saber como é o culto de casamento, por exemplo, porque, às vezes, o pastor está preocupado com a mensagem, portanto, cabe ao diácono providenciar os outros detalhes, tais como: ver se tem lugares lá na frente para os familiares, conduzir o pai da noiva até a entrada do templo e orientar que ele entregue a filha ao noivo porque o casal é que irá até à frente do púlpito. Às vezes o pai que entrar, por isso é preciso haver aquela orientação prévia.
Ele deve observar a colocação do grupo de louvor, dos instrumentistas, ele deve conduzir aqueles que estão chegando, a arrumação geral da igreja.
Da mesma forma, no culto de sepultamento, a presença do diácono é muito importante, são eles que vão arrumar os bancos na diagonal para facilitar a saída da urna funerária.
Eles é que fecham o ataúde quando começar o culto para evitar que os retardatários queiram ir ver o corpo durante o culto, isso é uma irreverência, fica aquela bagunça. Só abre no cemitério, se o pastor permitir.
Terminado o culto, eles já saem levando o ataúde.
Isso é trabalho de diácono, é serviço, não é do pastor, o trabalho do pastor é levar a mensagem, naquele momento ele está preocupado com aquilo que vai dizer.
Num culto de formatura, ele também terá os cuidados necessários.
No culto normal, a mesma coisa.
Nós tivemos um caso interessante na nossa área. O cidadão foi à igreja, ele saiu de casa, lá no interior, e o cachorro foi junto, ele não viu que o cachorro veio acompanhando. O cidadão entrou e o cachorro quis entrar também, e o diácono ficou cercando o animal para ele não entrar. O cão uivava, tentava daqui, tentava dali e o diácono de olho nele. Numa hora o cachorro foi mais esperto e entrou na igreja.
O culto já tinha começado, estava no louvor, e o diácono foi atrás dele e foi aquela coisa, roda pra cá e roda pra lá e quando ele viu que não tinha jeito, entrou debaixo do banco pra agarrar o bicho. Ele pegou o cachorro e saiu com ele pelo corredor da igreja, dizendo assim: Seu miserável, você destruiu o meu diaconato, você acabou comigo, mas eu vou-te matar, você vai ver. Quando ele chegou na porta, só se ouviu o ganido do cachorro, ele deu um pontapé no bicho, o cão sumiu.
E pra complicar, tinha um pastor visitando a igreja naquele culto.
Esse “tadinho”, quando viu que tinha falhado, resolveu acabar com o cachorro, imaginem a aflição dele, o cachorro entrou e acabou com o culto.
7º) No tratamento ao visitante
O tratamento ao visitante é um tratamento diferenciado.
Idoso - Quando você trata com o idoso, é preciso ter muito cuidado porque ele é naturalmente carente. Você não vai chegar para um idoso, e dizer: Mas... Glória a Deus! O irmão... A Bíblia diz que a vida é, no máximo, de setenta anos, o que passa daí é enfado e canseira. Todos nós vamos morrer um dia mesmo, não é? A gente já começa a ficar pertinho da eternidade e nós temos que estar preparados para a eternidade.
Você não vai soltar isso logo em cima do pobrezinho porque o irmão vai pensar... Nenhum idoso gosta de ouvir esse tipo de coisa. Tem coisas mais agradáveis para se falar ao invés de morte.
Senhora - Você não vai chegar para uma senhora e dizer: E aí? Tudo bem? Você está bem demais, você está ótima, olha, nem parece, você está muito bonita.
Você tem que ter ética, uma certa cerimônia, às vezes ela pode estar ao lado do marido, dos filhos, você não pode dirigir-se a ela de uma maneira vulgar, ser descortês, precisa ser polido, educado, tratá-la por senhora.
Tem uma que não gostam e aí respondem assim: Olha, a senhora está no céu. É aquilo que elas têm na igreja delas. Aí você dá aquela risadinha, sem sair da sua posição.
Criança – Como se entrega dom para a criança? Tem que ter cuidado, tem que saber conduzir a criança para que ela entenda.
Autoridade – Você vai atender considerando o título que ele tem, você tem que se dirigir a ele de acordo com a sua posição, você não pode chegar para um juiz e dizer: Oi, cara, você veio aqui hoje? E aí começa com aquele linguajar de você isso, você aquilo.
O pronome de tratamento usado para um juiz é Meritíssimo Juiz (M. Juiz).
O diácono tem que saber isso, ele não precisa ter cultura para saber isso, é uma questão de educação e isso todo o mundo tem que ter.
Às vezes vem um político. Todo o mundo quer dar um pontapé no político, todo o mundo se acha no direito, principalmente aquele sujeito que é um revoltado e o tal político não é do partido dele, mesmo sendo crente. Ele chega e diz assim:Olha, companheiro, isto aqui não é para política não. Dá logo uma decisão no pobrezinho.
Não é assim, o político chegou, você o cumprimenta: Vossa Excelência (V. Exª.)... Você atende de uma maneira respeitosa. Às vezes a visita é em época de campanha política, então você vai chegar e dizer: Olha, nós não fazemos política dentro das nossas igrejas, mas se Vossa Excelência quiser entregar os folhetos aos irmãos que estão aqui, pode fazer isso lá no portão de entrada, na hora da saída, nós temos essa orientação.
Tem que ser de uma maneira educada, sem agressões, não precisa “descontar” no pobrezinho do político.
Visita aos lares – É preciso ter cuidado com aquilo que se fala.
Você chega num lar incompleto, lá estão aquelas pessoas que não são crentes, só tem um crente ali na casa, aí você começa a entregar dons e a falar em línguas, interpretar, e fica todo o mundo rindo, sem entender nada.
Um outro cuidado que se deve ter é com os horários impróprios. O sujeito vai visitar na hora do jogo do Brasil... Comigo não tem esse negócio, vou lá assim mesmo.
O camarada não é crente, está na casa dele, querendo ver o jogo, está oprimido porque o time dele está perdendo e aí você entra pra fazer a visita. Vai outro dia, se fosse comigo, eu ia ficar muito chateado e ia logo dizendo: Vai embora rapaz, não tem outra hora de vir não? Deixa eu ver o meu joguinho sossegado.
Conversas com os irmãos – O diácono tem que procurar ser simpático, agradável, mas tendo cuidado com certas intimidades, principalmente com as irmãs, não fica bem brincar com certas coisas.
O mistério da fé – O diácono precisa estar envolvido com o mistério da fé.
Não ter língua dobre – Ele não pode ser aquele que diz uma coisa agora e depois diz outra, assim ele não transmite segurança naquilo que fala.
Ser provado – Ele é um homem provado nas lutas, nas enfermidades, na fé. A Palavra diz que o homem deve ser, primeiramente, provado para ser aprovado posteriormente.
Irrepreensível - Ele é irrepreensível nas suas ações, na sua maneira de agir.
Não cobiçoso – Eu tive uma experiência com um obreiro que tinha uma dificuldade muito grande com relação ao lado material, porque o negócio dele era a cobiça. Ele fazia negócio com a pessoa, pegava o dinheiro dela a 3% e emprestava a 8%, era um intermediário. Foi aí que começou a encrencar porque o que pedia emprestado a ele a 8% não pagava e ele também não pagava a quem lhe emprestou a 3% e isso gerou uma confusão tremenda, o presbitério teve que agir, foi lá na igreja, o sujeito foi suspenso, perdeu todas as bênçãos porque estava querendo ganhar dinheiro fácil.
Não ganancioso – Isso também não agrada o Senhor.
Honesto – A palavra honesto fala por si mesma.
Bom testemunho dos de fora – Como ele é fora do ambiente da igreja? Como ele é no local de trabalho?
Hospitaleiro – Não vos esqueçais da hospitalidade, porque por ela alguns, não o sabendo, hospedaram anjos. (Hb. 13:2)
Não espancador – Um diácono estava pregando e a esposa dele e o filho estavam sentados, na congregação. O menino não parava, ficava pra lá e pra cá. No meio da mensagem ele ficou dizendo para a esposa: A irmã deve tomar conta da criança, mas ela, “tadinha”, tão “desligadinha”, naquela bênção, e o “bichinho” aprontando, rodando pra lá e pra cá. O diácono foi ficando... Porque a Obra é maravilhosa... Porque isso e aquilo... e a irmã nem se mexia. Aí ele desceu, passou a mão no filho, encaixou debaixo do braço e... Glória a Deus! Porque o Senhor... e “paft, paft” no garoto. O menino gritava “Ui, ai”, e ele...Porque Deus tem realizado uma Obra maravilhosa... e “paft, paft” e o menino esperneando e toma de tapa no bichinho, arrebentou o moleque. Quando acabou, soltou o menino e voltou para o púlpito e continuou pregando tranqüilamente.
Eu nunca vi uma frieza tão grande. Que classe! Deu uma surra durante a mensagem, o garoto nunca mais vai fazer aquilo no culto.
Você deve corrigir o seu filho, mas não assim. Você não pode pegar sua filha, uma mocinha, e dar um tapa e deixar o rosto dela todo inchado. Existem ouras maneiras de corrigir, é bíblico, às vezes você precisa dar um tapinha, às vezes o Senhor requer uma atitude mais firme, mas não um espancamento.
Não contencioso – Tinha um irmão que era do contra, você dizia uma coisa e ele sempre do contra.
Não avarento – A avareza é pecado.
Obs: Antes de entrar nesta última parte do assunto (que é a importância do diácono nos trabalhos da igreja, no grupo de assistência e no culto profético), eu quero falar de uma coisa muito importante em relação ao diácono, que é a sua escolha.
Nós já vimos que o diácono deve ser cheio do Espírito Santo e de sabedoria, no entanto, suponhamos que você tenha um diácono que tem esses requisitos, mas que é neófito, por exemplo.
O que é neófito?
A palavra neo significa novo e a palavra fito significa planta, portanto a palavraneófito significa planta nova, é o novo convertido.
Hoje nós temos o cuidado de não levantar a diácono aquele que é novo convertido, nós queremos que ele já tenha algum tempo conosco, que já tenha vindo aos seminários (no mínimo o 4º período) para conhecer bem a doutrina, se tiver o 7º período melhor ainda. Por que isso?
Porque algumas falhas acontecem porque o crente neófito não conhece a Palavra. É um perigo você levantar um diácono que só tem um ano de igreja, você corre um risco tremendo. Se eu contar aqui as coisas que eu já ouvi de diáconos neófitos, é uma coisa incrível.
Nós tivemos um irmão que não conhecia nada da Bíblia e ele leu o texto das tamargueiras do deserto, mas ao invés de tamargueiras, ele leu tamanqueiras e foi pregando em cima das tamanqueiras do deserto e provou para a Igreja uma coisa que só ele entendeu, que foi por causa das tamanqueiras que os irmãos não tiveram dificuldade na caminhada pelo deserto.
Isso é verídico, aconteceu.
Um outro foi ler sobre a cólera do Senhor sobre o povo, mas disse coleira do Senhor. Ele disse que o crente tem que andar na coleira do Senhor, porque a coleira do Senhor leva o homem pra lá e pra cá. A mensagem foi toda sobre a coleira do Senhor no crente.
Um outro foi pregar sobre Davi. Ele estava todo empolgado e, no auge da mensagem, ele diz assim: Meus irmãos, Davi rodou a funda e “”pou” na cabeça do fariseu e o fariseu caiu. Então Davi foi lá e cortou a cabeça do fariseu, e o fariseu morreu, e o fariseu isso e aquilo.
Quando terminou o culto, a irmã disse para ele: Irmão, não é fariseu, é filisteu.
Ele disse assim: Fariseu, filisteu, é tudo a mesma coisa.
A participação do diácono no grupo de assistência
Na primeira aula nós dissemos que o diácono é o complemento do ministério.
Vamos supor que a igreja tenha 180 pessoas e seis diáconos, você divide e vai ter um grupo de 30 pessoas para cada diácono. Então, cada diácono terá um grupo de assistência composto de 30 pessoas.
Cada grupo de assistência é uma parte do todo que é a Igreja. No começo o Senhor chamou a esse grupo de célula, que é a menor porção do corpo e que mantém as mesmas características desse corpo.
Qual vai ser a participação do diácono no seu grupo?
Ele sabe da necessidade dos crentes do seu grupo, ele acompanha o dia a dia de cada um, ele sabe da necessidade material de um, da dificuldade espiritual do outro.
Eu pegava os diáconos e perguntava: Como está o seu grupo? Quantas pessoas tem?
Uns diziam assim: Ah... eu ainda não fiz o levantamento, pastor. Ah... eu sei mais ou menos porque esta última semana eu não fiz...
Tinha um diácono lá na igreja que não tinha muita cultura, mas as senhoras da alta sociedade... não se podia falar mal dele, elas diziam: Não fala mal dele, Amadeu, aquilo é uma preciosidade.
Tem diácono que tem uma paixão na igreja, você tem que ficar amigo dele senão o grupo dele acaba com você, eles gostam mais do diácono do que do pastor.
Uma vez, estava uma irmã sentada e eu lhe disse:
- Tudo bem com a irmã?
- Tudo bem.
- Está esperando que orem por você? Quer que eu ore por você?
- Não, eu estou esperando o diácono.
É aquela conversa agradável, isso é bom.
Você tem um diácono trabalhando bem, atendendo, isso é um trabalho notável que está sendo realizado. Ele assiste, ele cuida, ele participa, ele liga para o hospital, você ligou de noite, ele corre para providenciar o que for necessário.
Hoje, quando chega a relação para o 4º período, eu já não consulto (só consulto para o Principiantes), eu pergunto:
- Fulano de Tal. De quem ele é?
- É do meu grupo, pastor.
- Ele freqüenta o grupo de assistência? Freqüenta o culto profético?
- Ah, ele quase não vem.
- Pode tirar.
Os seminários são para quem está participando das atividades da igreja, esse negócio de botar esse povinho ruim que não participa de nada na igreja, não participa de grupo de assistência nem de culto profético, nem do trabalho de senhoras, que só servem para amaciar banco de igreja, encher espaço de banco, [pra fazer seminário] não pode. Você marca uma reunião com a igreja, eles são os primeiros a irem embora.
Aí eles vêm perguntar: Pastor, por que o senhor cancelou a minha inscrição para o 4º período?
E eu digo: Pra que você quer ir ao 4º período? É cultura bíblica? Você não participa de nada, de nenhuma atividade da igreja, você não visita, não vem às reuniões, só aparece no domingo, então pra que ir lá, aquilo não é pra você não.
É assim que eu faço. No Principiantes vai todo o mundo, mas os períodos mais pra frente são para aqueles que participam, não são para esse pessoal que não quer nada, esses crentes crônicos.
A participação do diácono no culto profético
É muito importante porque nem todos os dias o pastor está no culto.
Como o diácono participa?
Ele coloca os dons em ordem, ele não permite que certos absurdos sejam trazidos num culto profético, por exemplo: Eu vi que um burro entrava na igreja, sentava-se e cruzava as pernas, depois olhava para o púlpito e sorria.
Se você não tiver um diácono que tenha um bom discernimento... Olha, companheiro, tem alguma coisa errada aqui, depois eu falo a respeito disso.
Pessoas que não têm dons, não têm experiências, você não pode deixar no culto profético, você não pode deixar entrar todo o mundo. O camarada vai pela primeira vez na igreja, no dia seguinte você já o deixa entrar na reunião do culto profético, onde você vai discernir, onde você vai dizer certas coisas???
É o diácono que tem que ver isso na ausência do pastor.
Hoje o diácono tem que entender profundamente o culto profético. A participação dele é fundamental na administração do culto profético porque ele coloca o culto em ordem e isso é extremamente importante para a Igreja.
O diácono é o ajudador do pastor, ele é o complemento do ministério, do pastor. Aquilo que o pastor não pode fazer, o diácono faz. O diácono é uma bênção nas nossas igrejas, nós brincamos com eles, mas é porque temos amor por estes irmãos. Eu nunca fui diácono porque a Obra tinha pouca gente, eu não tive essa experiência.
Você não pode é fazer o que um diácono fez. Chegou um médico de São Paulo no Maanaim de Vitória. O diácono disse:
- O irmão é de onde?
- Eu sou de São Paulo.
- O irmão já é diácono?
- Não, eu ainda não tive esse privilégio.
- Precisa ser pra ver o que é bom pra tosse. Você não sabe de nada. Agora você vai jantar, não vai?
- É, eu vou sim.
- Pois é, eu estou de escala, tenho que estar rodando pra lá e pra cá, só vou jantar sabe Deus a que horas... E ainda tem mais, depois das 22:00h tem uma tal de vigília e eu estou nela, entendeu? A vida de diácono é uma dificuldade, uma luta.
Aquele médico veio me procurar e disse: Amadeu, eu estou apavorado, ser diácono deve ser uma coisa horrível. Eu encontrei um diácono e ele já passou isso para mim.
Ser diácono não é tão ruim assim, eles são queridos pela Igreja.
A igreja que tem um grupo bom de diáconos é uma igreja privilegiada, é uma igreja que cresce, uma igreja que amadurece, você vê os crentes se desenvolvendo pelo trabalho deles.
Você tem o trabalho do pastor, você tem a palavra, você tem a doutrina, você tem o governo, mas a participação do diácono é muito importante, e hoje nós temos essa experiência porque são homens espirituais, não foram levantados para agradar esse ou aquele, mas eles foram levantados pelo Espírito Santo.
Na Igreja primitiva eles foram levantados num momento de grande crescimento da Igreja. A Igreja tinha 120 pessoas, mas depois da primeira mensagem de Pedro, 3.000 pessoas se converteram e, na segunda mensagem, mais 5.000 pessoas. Em pouco tempo a Igreja passou a ter mais de 8.000 pessoas.
Os diáconos surgiram para cooperar com os ministérios, com os apóstolos, que estavam totalmente envolvidos com o ministério da palavra., eles não tinham tempo para atender a tudo.
A Igreja não tem tempo.
Eu estava conversando com um pastor tradicional e ele dizia:
- Amadeu, a Igreja Maranata tem uma grande vantagem sobre as igrejas tradicionais.
- Por quê?
- Porque nas igrejas tradicionais o pastor tem que fazer tudo e ele não consegue isso mesmo com toda a sua dedicação, ele não tem tempo para fazer tudo, mas vocês têm os obreiros, têm os diáconos e como o trabalho é distribuído, vocês atendem melhor do que nós.
É exatamente isso que nós fazemos, as nossas igrejas são muito bem assistidas, os nossos irmãos são cuidados, as necessidades são vistas. Nós temos um trabalho que é feito ou pelas senhoras ou por outro segmento da Igreja e que atende a todos, toda a Igreja recebe essa atenção.
Os diáconos nunca mais vão dizer que eu não gosto deles, eu brigo com eles, mas gosto deles.
Os diáconos são muito amados e queridos e nós, a Obra, todos nós glorificamos ao Senhor por estes servos que Ele mesmo tem levantado.
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