DAÍ SE COMEÇOU A INVOCAR O NOME DO SENHOR (ENOS)

Em Gênesis 4:26, lemos: 
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DAÍ SE COMEÇOU A INVOCAR O NOME DO SENHOR (ENOS)"A Sete nasceu-lhe também um filho, ao qual pôs o nome de Enos; daí se começou a invocar o nome do SENHOR".

Este texto maravilhoso poderia ser desprezado mil vezes por mim ao passar por ele na minha leitura da Bíblia. Mas, graças ao Senhor, a bondade e o amor Dele é que nos levam a ganhar as riquezas que a Sua Palavra reserva para nós.

O livro de Gênesis é certamente o livro dos começos na Bíblia. É um livro que parece querer mostrar as origens das coisas espirituais. As palavras "daí se começou..." revelam que este trecho do livro está mostrando o início de uma prática espiritual. Estas mesmas palavras também mostram que naquela época aconteceu alguma coisa que provocou, que deu início ao que se está explicando.


Vejamos então o contexto do versículo. É o último versículo do capítulo 4, que conta a história dos filhos de Adão e Eva: Caim, Abel e Sete. O capítulo começa com o nascimento e a história de Caim e Abel. No v. 16, após Deus ter tratado com Caim a questão do seu pecado de fratricídio, Caim sai da presença de Deus e vai morar na terra de Node. Começa então, a história da sua descendência (sempre contando os começos das coisas, como o começo da música, o começo das armas), até o v. 24. No v. 25, é dito que Adão e Eva tiveram outro filho - Sete. O nosso versículo é o 26, que conclui a história.

A história de Caim e Abel pode ser considerada uma segunda queda na experiência humana. Na primeira queda, Adão e Eva, após desobedecerem, foram expulsos do jardim do Éden, para que não tivessem acesso à Árvore da Vida. Neste capítulo 4, é mostrado o homem se envolvendo com o pecado mais profundamente - inveja, homicídio, vingança, orgulho, lascívia. Podemos dizer que, quando termina o relato sobre a descendência de Caim, um esboço do que acontece na sociedade humana desde então até a época atual está desenhado: a falta da presença do Senhor, o trabalho pela subsistência, a autoexaltação do homem, a busca do poder por meio da beleza pelas mulheres (uma das mulheres da história se chama Ada, que significa "ornamento", outra se chama Naamá, que significa "beleza"), o entretenimento e a violência.

Quando nasceu Sete, cujo nome significa "compensação", Eva teve uma experiência com Deus. Ela sentiu que Ele estava lhe dando aquele filho porque Abel lhe havia sido tirado. Após 105 anos (Gn 5:6), Sete teve um filho também. O nome Enos significa "fraco, frágil e mortal". O texto não diz quem deu esse nome e nem quem começou a invocar o nome do Senhor. Talvez seja aquela família - Sete, sua esposa, e talvez os seus pais, Adão e Eva, e também outros.

Esta é a história de quando se começou a invocar o nome do Senhor. A sociedade humana estava se organizando sem Deus, uma vida frágil e mortal estava surgindo. Talvez a esperança de Eva de que, com o nascimento de Sete, a vida humana pudesse ser algo mais próxima do que eles haviam experimentado no jardim do Éden, tivesse sido abatida naqueles cento e poucos anos. É possível que a família de Adão sentisse medo da violência. A busca da subsistência podia estar oprimindo os corações deles. Pior de tudo: eles podiam estar sentindo que o mal não reside só fora do homem, mas também dentro. No seu interior, o homem tem a violência, o orgulho, a lascívia, a inveja, etc.

Este começo mostra que, diante da fragilidade, os homens começaram a invocar o nome do Senhor. A expressão "invocar o nome do Senhor" aparece muitas outras vezes na Bíblia. Se tomarmos qualquer Bíblia eletrônica e fizermos uma busca pela palavra "invocar", ou "invocou", um número bem grande de versículos mostrarão Abraão, Isaque, Samuel, Davi, Elias, Jeremias invocando o nome do Senhor.

No Novo Testamento, vemos Pedro citando o profeta Joel: "todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo" (At 2:21), quando, pelo poder do Espírito, estava levando muitos judeus à salvação no dia de pentecostes. Estêvão, quando morria,"invocava o Senhor e dizia: Senhor Jesus, recebe o meu espírito" (At 7:59).

Interessante a experiência de Paulo. Em At 9:14 e 21, vemos que ele conseguiu autorização dos principais dos judeus para prender os que invocavam o nome do Senhor. Em At 22:16 ele mesmo está contando que, ao ser batizado por Ananias, este lhe disse 

"E agora, por que te demoras? Levanta-te, recebe o batismo e lava os teus pecados, invocando o nome dele". 

Em 1 Co 1:2, vemos os destinatários de uma de suas cartas 

 igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados para ser santos, com todos os que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso". 

Em Rm 9:13 e 14, ele relaciona o invocar o nome do Senhor com a salvação, da mesma forma que Pedro: 

"Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue"?


Então, o que vimos até aqui, para que possamos praticar? Permitam-me listar: vimos que, ao experimentar a fragilidade, o homem começou a invocar o nome do Senhor; vimos que muitos dos que amaram ao Senhor e o serviram invocaram o nome do Senhor; vimos que no Novo Testamento, invocar o nome do Senhor Jesus foi considerado um meio de ser salvo e também foi considerado uma característica daqueles que seguem a Jesus.

Isso nos mostra que invocar o nome do Senhor é recebê-lo no nosso interior. Não sabemos que, para ser salva, uma pessoa precisa crer no Senhor Jesus e recebê-lo como seu Senhor? Certamente, para os cristãos antigos, isso equivale a "invocar o Senhor de coração puro" (2Tm 2:22).

No entanto, aqueles que já receberam o Senhor também precisam continuar invocando o Seu nome. Os cristãos de Jerusalém não eram conhecidos como aqueles que "tinham invocado esse nome", mas como os que "invocavam esse nome". Porém qual é o benefício disso, se já fomos salvos aos crermos no Senhor da primeira vez?

Sem dúvida, aqui está o benefício mais precioso. Invocar o nome do Senhor nos leva para a santificação(processo). Mesmo após crermos no Senhor(ato), no nosso dia a dia voltamos a planejar, tomar nossas decisões, agir por nós mesmos.Dirigimos a nossa vida segundo estas coisas que estão no nosso interior. Entretanto, o nosso amado Senhor deseja algo mais que isso para nós!

Após crermos no Senhor, precisamos conhecer cada vez mais a sua vontade (Ef 5:17, Cl 1:9), para que possamos viver por ela (Rm 12:1-2). Porém, ao buscarmos praticar viver pela vontade do Senhor, descobrimos que a nossa vontade precisa ser negada. Na verdade, para seguirmos o Senhor, todo o nosso eu precisa ser negado (Mt 16:24). Se alguém já tentou, sabe que passar por cima do próprio eu não é coisa fácil de se fazer. Mas, graças ao Senhor! Podemos ser salvos também neste aspecto por meio de invocar o nome do Senhor.

Em Romanos 10, Paulo diz claramente que não precisamos subir ao céu ou descer ao abismo para sermos salvos, porque a palavra da fé está perto da nossa boca e do nosso coração. No v. 9, ele diz que confessamos com a boca e cremos com o coração para sermos salvos e no v. 13, que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Essas palavras se aplicam à nossa salvação eterna, quando fomos salvos dos nossos pecados, mas também se aplicam à nossa salvação diária quando somos salvos do nosso eu.

Eu lhe faço um desafio. Não adianta saber tudo o que está escrito na Bíblia sobre invocar o nome do Senhor. É preciso experimentar.

Se você cantar um louvor, a experiência descrita nele vai talvez parecer ser a sua, se você ler a Bíblia, o Espírito de Deus vai falar com você. Isto significa estar na presença de Deus, onde somos transformados de glória em glória (2Co 3:18)!

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