A PORTA DA FONTE

A PORTA DA FONTE
"E a porta da fonte reparou-a Salum, filho de Col-Hosé, líder do distrito de Mizpá; este a edificou, e a cobriu, e lhe levantou as portas com as suas fechaduras e os seus ferrolhos, como também o muro do tanque de Hasselá, ao pé do jardim do rei, e até aos degraus que descem da cidade de Davi". Neemias 3:15


A porta da fonte foi a sexta porta a ser restaurada nos muros de Jerusalém. 

A porta da fonte nos fala de Cristo através do Espírito Santo como fonte de vida em nós. Não somente da fonte que nos dessedentou, mas também daquela que mata a sede de outros através de nós. Jesus é a fonte de vida para nós, e também a fonte de vida que brota através de nós, do nosso interior para outros: 

"Jesus respondeu, e disse-lhe: Qualquer que beber desta água tornará a ter sede; mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna. Se alguém tem sede, venha a mim, e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre" João 4.13-14 e 7.37-38.

A porta da fonte é Cristo, mas o Espírito é o que vivifica (Jo. 6.63). Como somos ensinados por Deus em sua Palavra, os três: o Pai, o Filho e o Espírito Santo são um em essência, mas três pessoas distintas. O Espírito não se glorifica a si mesmo, mas a Cristo (Jo. 16.14). O Espírito habita em nós, mas como é precioso ver que o Filho glorifica o Pai e o Espírito glorifica o Filho. Por isso que em Romanos, no capítulo 8, no verso 9, o Senhor diz: 

"Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele". Quem é o Espírito Santo? O Espírito de Deus e o Espírito de Cristo. Os três são um.

Por isso Jesus é a porta da fonte a ser restaurada porque muitos desprezaram esta fonte, e não mais a usam como fonte de vida, porque fizeram dos seus próprios conhecimentos, da sua própria sabedoria, habilidades, e justiças próprias, águas que não são vivas para a sua provisão. Por isso o Senhor reclama dizendo: "Porque o meu povo fez duas maldades: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm águas" Jeremias 2.13. Toda água empossada ou retida deixa de ser viva, de ser manancial.

A vida cristã começa com águas purificadoras, com o lavar da regeneração (Tt 3.5), com a aspersão de água pura sobre nós, a fim de sermos purificados das nossas imundícias (Ez. 36.25), mas depois uma fonte passa a jorrar em nós, que nos leva à vida abundante em Cristo. Começa com pouca água, mas depois é água em abundância, uma vida em abundância: "E saiu aquele homem para o oriente, tendo na mão um cordel de medir; e mediu mil côvados, e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos artelhos, ...e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos joelhos; e outra vez ...me fez passar pelas águas que me davam pelos lombos. E mediu mais mil, e era um rio, que eu não podia atravessar, porque as águas eram profundas, águas que se deviam passar a nado, rio pelo qual não se podia passar" Ezequiel 47.3-5.

Por isso o Senhor nos ensina em Efésios capítulo 5, no verso 18 para nos enchermos do Espírito. O encher do Espírito é para os que já nasceram do Espírito (Jo. 3.5). O nascimento no Espírito é para entrar no reino de Deus, e o enchimento do Espírito é a capacitação para andarmos por fé e herdarmos o reino dos céus, para sair ao encontro do noivo para as bodas. 

Esta é a necessidade de todo aquele que quer ser instrumento na edificação do Corpo de Cristo. Para qualquer trabalho, por menor que seja, o membro deve estar cheio do Espírito. O testemunho disso foi quando houve no princípio da igreja uma necessidade, quando os irmãos que se dedicavam ao ministério da Palavra necessitaram que a mesa das viúvas dos gregos fosse servida. Mesmo para este trabalho eles viram a necessidade que este ministério fosse cuidado por homens cheios do Espírito Santo (Atos 5.1-6).

Este é o tempo em que estamos sendo ensinados por Deus. Ensinados que tudo está em Cristo e que necessitamos ir a Cristo para termos vida (Jo. 6.44-45, 5.39-40). Não somente conhecer a letra, mas o Espírito que vivifica. Ter em nós mesmos o testemunho de Deus (I Jo. 5.10). No deserto, ou neste tempo pela qual Deus está nos conduzindo para passarmos o Jordão, que é uma figura da obra real do Espírito em nós.

Por isso não é suficiente conhecermos sobre a obra sacrificial de Cristo, do seu derramamento de sangue para perdão dos pecados; sermos batizados nas águas e nos tornarmos membros de uma congregação, é necessário ter Vida nEle. Temos que passar o Jordão, uma obra real do Espírito, de novo nascimento, e entrar na plenitude da terra; entrarmos no descanso de Deus e seguirmos para a perfeição; sermos achado nEle, e alcançar aquilo por que fomos alcançados por Cristo como diz o apóstolo Paulo (Fil. 3.9-12). 

A porta da fonte contrasta com o deserto. Enquanto no deserto a água procede de uma pedra, na vida em Cristo, a fonte, o manancial das águas vivas brota de dentro de nós. É necessária a passagem pelo deserto, mas o Senhor não deseja que fiquemos muito tempo nele, e muito menos como Israel por 40 anos. Deve ser só uma passagem rápida; apenas o tempo necessário para sermos ensinados por Deus. Infelizmente a vida cristã se tornou para muitos um nome de que estão vivos, estando mortos (Apoc. 3.1). Ou manter uma vida espiritual morna, isto é, desgraçada, miserável, pobre, cega e nu de Cristo, da verdadeira Vida, da Vida com abundância (Apoc. 3.16-17).

Assim como Deus tem a sua fonte de Vida em Cristo, o inimigo de nossas almas também tem uma fonte, chamada de fonte do dragão, que está fora dos muros, entre a porta do vale e a porta do monturo (Nee. 2.13). Como vimos, o vale é o mundo, e o monturo é o lixo, as coisas do velho homem a serem despojadas. A fonte do dragão são as concupiscências da carne, as concupiscências dos olhos e a soberba da vida que procede do mundo. Esta é uma fonte ilusória, de águas amargas, uma fonte que mata, rouba e destrói.

Há riquezas insondáveis nestes textos da Palavra de Deus em Neemias capítulo 3, que não pude alcançar, mas que o Espírito pode trazer revelação à Igreja. São muitos os que repararam esta porta e o muro, pois vai do versículo 15 até o 25. Isto nos mostra que a obra do Espírito para com a Igreja é muito extensa. Ela vai da regeneração até a primeira ressurreição, o arrebatamento, e a entrada no reino. Só estará pronta quando o Espírito e a noiva disserem 'Vem' (Apoc. 22.17). 

A porta da fonte é uma porta preciosa para a Igreja, mas que não pode ser restaurada antes das outras portas, e principalmente da porta do monturo. É verdade que o Espírito está desde a porta das ovelhas, mas a porta da fonte fala do encher-se do Espírito. A porta da fonte é a Vida abundante e glorificada de Cristo em nós pelo seu Espírito. 

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