RESULTADO E RECOMPENSA DE ÉFESO A SARDES

RESULTADO E RECOMPENSA DE ÉFESO A SARDES
Escrito por Guilherme Stofer
 Vila Landinha/ES

 “E eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo para dar a cada um segundo a sua obra” Apocalipse 22:12.


A igreja de Éfeso lutou contra a oposição dos maus tipos de terra, na vocação de semear a boa semente. Na riqueza da graça soberana de Deus, o recurso para impedir a influência da oposição no crescimento da boa semente na boa terra era justamente o estabelecimento de uma doutrina que emergiria da Palavra sob a ação do Espírito Santo no Corpo. O resultado de Éfeso foi uma igreja que buscou alcançar os frutos da semeadura e que buscou ver a igreja centrada no projeto de Deus.

Como recompensa o Senhor promete ao que vencer ter acesso à árvore da vida, pois em sua vida ela buscou com todos os recursos da graça poder ver os frutos da Palavra. Éfeso viveu em prol do crescimento da semente, ela plantou, ela regou; houve muita semente desperdiçada e vencida, o que causava tristeza no coração de Éfeso, mas a promessa do Senhor a ela foi muito mais abundantemente além do que ela pediu ou pensou. A árvore da vida compensa toda uma vida de trabalho e paciência, e consola por todo o potencial de vida que havia nas sementes e que não produziu o fruto desejado.

Na justiça do Senhor, Ele recompensa a igreja na medida justa de seu trabalho pela obra. Além de viver pelos frutos da Palavra, Éfeso viveu por ter a Palavra como centro de todas as coisas, lutou para que o Projeto não fosse alterado, para que heresias não invadissem a igreja; a Palavra era a única regra de fé e prática, a autoridade sobre suas vidas. Em recompensa, o Senhor tem para essa igreja um lugar no meio do paraíso de Deus. Com suas mãos ela trabalhou e com suas mãos ela colherá o fruto da árvore da vida. Um dia ela viveu olhando para o alto, e então no meio do paraíso ela erguerá seus olhos para contemplar as folhas daquela árvore. Será um gostoso descanso saber que ela está onde sempre buscou lutar por estar: no centro da vontade de Deus, no centro da eternidade.

Não receber o dano da segunda morte. Receber a vida como uma coroa.

A igreja de Esmirna nasce como o fruto vivo de Éfeso. Uma igreja firmada na Palavra, pois a tinha em seu coração. Esmirna tinha os olhos da fé, que via tudo pelas lentes da Palavra Eterna. Esmirna foi uma igreja perseguida, não admitindo maus tipos de terra em seu meio. Esmirna era a boa terra, uma igreja sem repreensão, pois ouviu e obedeceu ao conselho do Senhor de ser fiel até a morte.

Éfeso lutou e alcançou um ambiente de abundante graça onde era notória a presença de Jesus em seu meio, enquanto a igreja de Esmirna via na morte física a única forma de alcançar plena comunhão com o Senhor. Como Esmirna viveu a Palavra pela fé, nem a morte a separaria do amor que há em Cristo Jesus.

O sangue de Jesus clamava a Esmirna num convite para conhecer a Jesus como ninguém, tanto na sua morte e muito mais na sua ressurreição; enquanto o sangue de Esmirna clamava aos espectadores o mesmo convite, o de conhecer aquele Jesus Maravilhoso.

No galardão do Senhor, o Senhor não apenas consola, mas também constrange o crente com tamanha graça. Após a morte física, Esmirna estava verdadeiramente viva, e nunca mais passaria por algo semelhante. O desejo de Esmirna foi estar com Jesus, e não passar pela segunda morte é a certeza e confirmação de estar com Jesus eternamente. Uma eternidade de paz e descanso prometida a Esmirna, esmaecendo qualquer lembrança do que um dia ela passou. Agora ela está com Jesus, e estará eternamente.

O resultado de Esmirna foi o testemunho fiel da ressurreição de Jesus, pois ela cria que ressuscitaria como Ele. A esta igreja a promessa da coroa da vida. O reconhecimento de que ela alcançou pela fé o direito à vida que há na ressurreição.

Comer do maná escondido. Receber uma pedra branca, nela um novo nome escrito, o qual ninguém conhece senão aquele que o recebe.

A igreja de Pérgamo viveu um momento em que ela teve que assistir à igreja infiel casar-se com o Estado, permitindo entrar e estabelecer tudo o que um dia Éfeso rebateu e Esmirna não pôde defender.

A essa igreja Jesus se apresenta como o que tem a espada aguda de dois fios, pois a igreja fiel saberia fazer o discernimento entre o que era do Senhor e o que era desvio, para poder escolher adotar a posição sábia de manter-se fiel à pureza do Caminho.

A fé que um dia a igreja viveu na comunhão desaparece, para dar lugar a algo aparente, cultural e popular, além de religioso e político. Portanto, os fiéis remanescentes de Esmirna reteriam o nome do Senhor, ao invés de professar uma vulgar religião cristã, além de não negar a fé verdadeira, originária da eternidade, a mesma fé de Éfeso e de Esmirna.

A essa igreja fiel em Pérgamo o Senhor promete dar a comer do maná escondido, pois o galardão recebido reflete a vida fiel vivida pelo servo do Senhor. O maná escondido para uma igreja que se alimentou da Palavra quando a Palavra começava a ser abandonada, para uma igreja que se contentou satisfatoriamente com o mistério da verdade oculta de Deus, revelada aos seus corações, não pela religião, mas pelo Espírito de Jesus. A revelação mantém a igreja fora da religião, pois o mundo religioso não conhece Jesus Revelado.

Completando o galardão dos fiéis de Pérgamo, a promessa de uma pedra branca com um novo nome escrito que só o que vence conhece. Galardão que faz justiça a uma igreja que se manteve inabalável, firmada na sólida doutrina, confiando na pureza da Palavra de Deus que a santificava; que se manteve no anonimato, não se expondo com uma fé falsa e aparente, mas conhecendo o nome de Jesus escrito em seu coração. Os fiéis de Pérgamo morreram sem serem reconhecidos por grandes feitos de fé ou por uma confissão religiosa deturpada, mas ela parte mantendo a fidelidade. A essa igreja que se regozijou numa secreta comunhão com Jesus, Jesus promete um relacionamento pessoal e eterno.

Ter poder sobre as nações. Regê-las com vara de ferro. A quebra das nações como vaso de oleiro. Receber a estrela da manhã.

A igreja de Tiatira viveu um período onde tudo aquilo que foi oposição em Éfeso, disseminado em Esmirna e introduzido em Pérgamo torna-se uma mescla com a denominação de cristianismo, de tal forma que toda a aparência pura que um dia a igreja teve deturpa-se e deteriora-se no seio da igreja infiel, caracterizando a proeminência de uma igreja chamada puramente histórica. Entretanto, as portas do inferno não prevaleceram sobre a igreja fiel, ainda que sua comunhão fosse preservada entre dois ou três tão somente. Desta forma, houve uma igreja que se manteve perseverante na fidelidade em meio a um ambiente totalmente contrário a fé.

Em Tiatira houve um remanescente fiel que viveu a obra do Senhor, amando, servindo, crendo, esperando e crescendo em fé. Este remanescente do trigo de Éfeso e de Esmirna preservou-se puro, não se contaminando com o fermente de Tiatira. A este remanescente da igreja fiel (que não foram mortos pelo testemunho da fé) coube-lhe suportar um mundo imerso nas profundezas de satanás, condoendo-se por sua incredulidade e impenitência.

A essa igreja o Senhor Jesus faz promessas que demonstram sua santa justiça e perfeita equidade. Promete poder sobre as nações a uma igreja que se viu impotente diante de um mundo de poder político pagão autodenominado erroneamente cristão. Promete concessão para reger as nações com vara de ferro, a uma igreja que teve sede de justiça, fazendo-se bem-aventurada e enfim sendo farta. Promete a certeza de ver as nações sendo quebradas como vaso de oleiro, revelando ao mundo de maneira clara o que essa igreja sempre soube e doía-se por saber: que o Senhor é soberano e que aquelas nações eram vasos de desonra, que aqueles poderes temporais e religiosos eram em todo tempo quebradiços como uma casa construída sobre areia, que o juízo de Deus certamente recairia sobre um mundo conhecido como Idade das Trevas.

Promete ainda receber a estrela da manhã, o Milênio, quando Aquele que é digno reinará sobre o mundo, quando todos reconhecerão e saberão o que a igreja fiel em Tiatira sempre soube: que Jesus é Rei. Um milênio justo de paz prometido a uma igreja que suportou um milênio de injustiça e impiedade.

Andar de branco, como dignos. Ser vestido de vestes brancas. Não ter o nome riscado do livro da vida. Ter o nome confessado diante do Pai e de seus anjos.

A igreja de Sardes caracterizou-se pelos restantes de fiéis que passaram por Tiatira incontaminados, num momento onde Tiatira estabilizou-se com seu falso fruto do joio e julgou-se inabalável, confiando em sua idolatria e misticismo.

Essa igreja suste-se com o Espírito de Fortaleza, para empunhar a Palavra e combater um reinado de heresias. Proclamando as bases de uma doutrina eterna um dia esquecida pela igreja infiel. Desvinculando-se de qualquer influência de Tiatira, tendo por autoridade a inspiração divina. Sardes amou a Palavra outrora esquecida, sabendo que nela há poder eternal, para tudo vencer e para nunca passar, mas ficar com certeza.

A esta igreja o Senhor Jesus promete que ela andará de branco com Ele, pois ela creu que o sangue de Jesus a lavava de todos os pecados, no lugar de salvação pelas obras. Promete que por suas próprias ordens ela será vestida, pois ela creu na Palavra de Jesus e creu que Ele é a autoridade sobre os homens, e não um sumo pontífice. Promete que seu nome nunca será riscado do livro da vida, pois ela creu que a salvação é pela graça, mediante a fé, e que esta graça compra o homem para toda a eternidade, pelo sangue de Jesus.

Promete ainda que o nome dela será confessado diante do Pai e de seus anjos por Ele mesmo! Pois ela abriu sua boca para proclamar sobre os telhados, confessando o que seu coração cria inteiramente: que a Palavra de Deus não volta vazia, e que a Palavra é Jesus, que não voltou vazio para o Pai, mas voltou com almas libertas, remidas e justificadas por seu sangue, as almas de sua igreja fiel.


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