POR NILDO OLIVEIRA
O que significa cada cavalo e cavaleiro do livro de apocalipse? tem algum sentido profético na história da humanidade? lógico que sim, a palavra de Deus aponta para um projeto de SALVAÇÃO e de JUÍZO para o homem.
Em Zacarias 1.7-17 e 6.1-8 trata do simbolismo dos quatro cavalos. Nas Escrituras, o cavalo é símbolo de força, poder e conquistas: O cavalo prepara-se para o dia da batalha (Pv 21.31a). O próprio Deus lembra a Jó a força e capacidade do cavalo para a batalha (Jó 39. 19-25); enquanto o profeta faz referência a velocidade do cavalo para cumprir o que se determina (Is 30.16); ou ainda para expressar a confiança e o poder pessoal (Is 31.1). No livro de Apocalipse o cavalo aparecerá outras três vezes: 9.7; 14.20;19.11.
1° SELO - CAVALO BRANCO:
"E, havendo o Cordeiro aberto um dos selos, olhei e ouvi um dos quatro animais, que dizia, como em voz de trovão: Vem e vê! E olhei, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele tinha um arco; e foi-lhe dada uma coroa, e saiu vitorioso e para vencer" Apocalipse 6:2
Existe vários vertentes sobre quem seria a figura do cavalo Branco, das mais conhecidas temos essas duas:
•Anti-Cristo;
•Cristo e o seu evangelho.
1ª CORRENTE - ANTI-CRISTO:
De acordo com esta corrente de interpretação, o cavalo branco e seu cavaleiro representam o Anticristo em seus primeiros anos de governo político. Nesse período ele se apresentará como se fosse o Messias prometido e enganará a nação eleita. O cavaleiro surgirá provavelmente em um período conturbado no cenário das nações do mundo, proporcionando, através da diplomacia, segurança e paz para os reinos da terra. Facilmente os homens serão seduzidos por suas palavras e lhe entregarão o domínio das nações. A cor branca, segundo certos exegetas, é que impõe dificuldade para admitir a possibilidade de se tratar do Anticristo, pelo fato de a cor ser usada frequentemente para simbolizar a santidade e a paz de Cristo. Todavia, observamos que o cavalo, símbolo de conquista, representa a conquista do Anticristo, e a cor branca, símbolo de vitória e da paz, representa a vitória e a falsa paz que será imposta pelo Anticristo. O arco representa o domínio do Anticristo através da diplomacia e da guerra fria. A coroa representa o triunfo do Anticristo.
2ª CORRENTE - CRISTO E O EVANGELHO:
De acordo com esta corrente de interpretação, o cavalo branco e seu cavaleiro representam Cristo e o seu evangelho. Tinha um arco e uma coroa, e saiu vitorioso e para vencer. Este é o Senhor Jesus, o único que venceu todas as batalhas desde a eternidade. O arco representa a palavra de Deus e sua revelação, arma que dá a vitória à distância, sem a necessidade de um confronto corpo a corpo. Este cavaleiro com o arco seria o mesmo cavaleiro que aparece em Apocalipse 19,11-16, concluindo que o cavaleiro montado em um cavalo branco de (Apocalipse 6,2) seria o Verbo de Deus, Jesus Cristo e viam neste fato o evangelho de Jesus que estava sendo conhecido em todo o Império Romano e se expandindo em todo o mundo.
Os demais cavalos que são soltos, prepara o cenário para o surgimento do próximo.
2º SELO - CAVALO VERMELHO:
"E saiu outro cavalo, vermelho; e ao seu cavaleiro, foi-lhe dado tirar a paz da terra para que os homens se matassem uns aos outros; também lhe foi dada uma grande espada". Apocalipse 6:3-4
A função deste cavaleiro, montado sobre o cavalo vermelho é tirar a paz da terra. Vermelho é a cor do sangue e geralmente representa a guerra.
O cavalo vermelho é símbolo da guerra e do derramamento de sangue que dela advém. Não devemos esquecer da relação deste cavalo vermelho com a profecia de Zacarias 6.2. No tempo da Grande Tribulação a paz diplomática do Anticristo dará espaço para as mais cruéis e sangrentas guerras. Este selo, desencadeará os sofrimentos relacionados aos outros castigos que se seguem.
3º SELO - CAVALO PRETO:
“Quando abriu o terceiro selo, ouvi o terceiro ser vivente dizendo: Vem! Então, vi, e eis um cavalo preto e o seu cavaleiro com uma balança na mão. E ouvi uma como que voz no meio dos quatro seres viventes dizendo: Uma medida de trigo por um denário; três medidas de cevada por um denário; e não danifiques o azeite e o vinho”. Apocalipse 6:5-6
O cavalo negro é símbolo da morte e a balança de dois pratos subentende o racionamento de alimentos. Este tipo de balança era usado para pesar trigo. Em circunstâncias normais com um denário (o salário de um dia na Palestina nos tempos de Jesus, Mt 20.2), se podia comprar oito medidas de trigo e vinte e quatro de cevada. Nestas condições de fome, com o mesmo salário só se poderá comprar uma medida de trigo ou três de cevada. Em outras palavras haverá 1/8 da subsistência de comida”.
O trigo era o alimento principal do mundo antigo e uma medida de trigo correspondia ao consumo diário necessário para uma pessoa. Já a cevada, por ser mais barata, era o principal alimento dos colonos e pobres. A escassez desse tempo fará com que o preço dos alimentos básicos suba a ponto de um pai de família gastar todo o salário com os alimentos primários. O valor dos produtos fundamentais à subsistência estará acima das condições dos trabalhadores assalariados. Em condições normais, com o mesmo denário (dinheiro), comprava-se quase dezesseis vezes a mais daquilo que será adquirido neste período.
É provável que a globalização da economia desencadeie esta crise por todos os países, além do próprio juízo atingindo os quatro cantos da terra.
4º SELO - CAVALO AMARELO:
“Quando o Cordeiro abriu o quarto selo, ouvi a voz do quarto ser vivente dizendo: Vem! E olhei, e eis um cavalo amarelo e o seu cavaleiro, sendo este chamado Morte; e o Inferno o estava seguindo, e foi-lhes dada autoridade sobre a quarta parte da terra para matar à espada, pela fome, com a peste e por meio das feras da terra”. Apocalipse 6:7-8
A guerra, a carestia e a escassez de alimentos, trazendo consequentemente a fome, prepararão a terra para o castigo do quarto selo – a Morte. O cavalo amarelo representa a morte por meio da fome, da peste e das feras. O termo “amarelo” não significa um amarelo de cor viva, mas pálida, simbolizando a palidez característica da morte.
Estas quatro catástrofes - a espada, a fome, a peste e os animais selvagens - são chamados em Ezequiel 14.21 de “os quatro maus juízos de Deus”. Estas catástrofes destruirão a quarta parte da terra. Se naquele período houver cerca de seis bilhões de habitantes no mundo, quase dois bilhões de pessoas seriam mortas.
Nunca é demais repisar a relação que existe entre essas pragas e a justiça e o castigo de Deus mencionado em Ezequiel 14.12-21, que trata da “fome” (v.13), “animais selvagens” (v.15), “espada” (v.17), e “peste” (v.19).
OS DANOS CAUSADOS POR ESTES CAVALEIROS
MORTE ATRAVÉS DA ESPADA:
Neste caso, espada significa “contenda”, “dissensões”, daí morte causada por intrigas, contendas, dissensões, assassinato e violência. Um dos pilares que leva-nos a interpretar desta forma, é que o segundo selo traz a guerra, provavelmente esteja se referindo a morte causada por dissensões, violência, intrigas. Assim sendo, a violência urbana, os assassinatos, sequestros, estupros e toda mazela inominável de violência contra o ser, será aguerrido neste período. Isto sugere um aumento da violência acima dos limites sociais observáveis nos dias atuais.
MORTE ATRAVÉS DA FOME:
O que temos visto e ouvido sobre a fome na Etiópia, na região do nordeste brasileiro, ou em qualquer outro canto do mundo vitimado pela fome, não se compara à mortandade que se seguirá através da fome nesses dias tribulacionais. O terceiro selo trouxe o racionamento de alimentos sobre a terra, este quarto, a morte através da fome. Será uma crise de víveres que atingirá toda a pirâmide social da terra.
MORTE ATRAVÉS DA PESTE:
Se alguns homens sobreviverem à espada ou a fome, muitos não resistirão a morte através das pragas. A Europa e a Ásia do século XIV foram quase varridas pela peste bubônica – a morte negra. Esta doença, provocada pela pulga dos ratos, foi responsável pela morte de quase um quarto da população (cerca de 25 milhões de pessoas) da Europa e Ásia do final da Idade Média. Se tomarmos como exemplo, o rato, além da peste bubônica, esta criatura, transmite o tifo, enfermidade que segundo estimativas, em quatro séculos matou mais de duzentos milhões de pessoas.
Devemos lembrar que estas pestes não são apenas a ocorrência de pragas já conhecidas pela ciência. É provável que surjam pragas desconhecidas pelos homens, que exterminarão milhares de pessoas. Muitas destas pestes serão resultado das mortes ocasionadas pela espada e a fome. A peste não causará apenas doenças que levarão os homens à morte, mas será responsável pela contaminação dos víveres e pela poluição das águas. O suprimento dos homens será destruído e poluído por estas e outras pestes. Em nossos dias, vivemos o pavor dos vírus e doenças cada vez mais mortais que surgem à medida que a qualidade da vida humana vai diminuindo por culpa de um crescimento insustentável. Nada, porém, pode ser comparado a este tempo.
MORTE ATRAVÉS DAS FERAS:
A natureza sofrerá tanto pelos itens acima que os próprios animais invadirão os habitantes dos homens fazendo muito deles suas vítimas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
•RYRIE, Charles. Apocalipsis. p.46. Apud Harold L. WILLMINGTON. Auxiliar Bíblico Portavoz. Barcelona: CLIE, 1984, p.566.
•O Novo Comentário da Bíblia. São Paulo: Vida Nova, 1995, p.1461.
Cf. LADD, George. Apocalipse: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1980, p.76 .
•G.LADD, op.cit.,p.77. CHAMPLIN, ao contrário, identifica apenas um cavaleiro, chamado Morte e também Hades, visto que a morte é companheira inseparável do Hades. No entanto, a Morte e o Hades são claramente identificáveis como distintos um do outro, principalmente quando se observa que o texto usa o pronome na terceira pessoa [ele] para se referir a Morte.
•John PHILLIPS. Exploring Revelation, p.116 apud WILMINGTON, id.Ibid.,p.568
•Id.Ibid.p.568.
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