A PARÁBOLA DAS DEZ VIRGENS - ANÁLISE HISTÓRICA E PROFÉTICA

POR DANIEL SANTOS
A PARÁBOLA DAS DEZ VIRGENS - ANÁLISE HISTÓRICA E PROFÉTICA

"Então o reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram ao encontro do esposo. E cinco delas eram prudentes, e cinco loucas". Mateus 25:1-2

Mostraremos na parábola das dez virgens os aspectos Históricos e Proféticos com os quais o Senhor Jesus quis alertar a sua Igreja.

Como esta parábola tem um sentido de mostrar o tempo do fim, exige-se uma interpretação objetiva e cuidadosa. 

O importante nesta interpretação é desenvolver uma linha de entendimento que respeite os princípios de interpretação bíblica sem isolar a parábola do contexto geral. Na parábola dos dois servos (Mt 24.45-51) aprendemos a importância daqueles que vivem na expectativa da vinda do Senhor, não apenas os que esperam, mas os que são fiéis e prudentes. 

Na parábola das dez virgens a lição principal é a prudência e a previdência. Entretanto, existem alguns detalhes dentro dessa parábola que merecem nossa apreciação. Iremos analisar esses detalhes para que se amplie o entendimento do ensino que Jesus quis deixar para seus discípulos. 

ESPOSA OU NOIVA?

Naquele tempo, especialmente nas terras do Oriente Médio, o noivado era quase tão definitivo quanto o casamento. Uma mulher comprometida em noivado era tratada como “esposa”, embora vivesse fisicamente separada do noivo (ou esposo). Ambos estavam obrigados à mesma fidelidade, como se estivessem casados (Gn 29.21; Dt. 22.23,24; Mt 1.18,19). Profeticamente, a Igreja é a esposa de Cristo porque está comprometida com Ele (Ap 19.7; 21.9; 22.17).

Jesus queria ensinar aos seus discípulos sobre a necessidade de cada crente estar devidamente preparado para a chegada do esposo, ou seja, a vinda de Cristo (Mt. 24.42; 25.13).

10 VIRGENS:

A parábola  fala de dez virgens que aguardavam o esposo, mas isto não significa uma abertura para a poligamia (Mt 25.1). A Igreja não é a constituição de dez esposas, ou dez pretendentes. Essa idéia fere completamente o princípio básico do casamento que é a monogamia. Portanto, a Igreja é só uma esposa. O número dez é redondo, dá a idéia de algo completo. O número dez era muito significativo na vida cotidiana dos povos antigos, especialmente, do povo israelita. Por exemplo: os dez mandamentos (Ex 20); dez homens para julgar sobre um assunto (Rt. 4.2); para uma reunião em qualquer sinagoga era exigido no mínimo dez pessoas; e segundo o historiador Josefo, para se comer o cordeiro pascal exigia-se no mínimo dez pessoas presentes. O dez ganha importância no sentido de valorizar seu significado de totalidade. A totalidade das dez virgens representa o corpo formado da Igreja que reúne todos os crentes para formar uma só esposa.

O SAIR AO ENCONTRO DO ESPOSO:

O primeiro versículo deste capítulo destaca o verbo sair, quando diz: “Então o reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas saíram ao encontro do esposo” Mt 25.1, ênfase do autor. O verbo “sair” indica a ação da Igreja se movimentando, isto é, saindo do lugar, para encontrar o esposo (1 Ts 4.15-17). Ora, o próprio sentido da palavra eclésia no grego significa “sair para fora” ou “vir para fora”. No sentido espiritual, a Igreja é o povo que saiu para fora dos seus termos para encontrar com alguém importante. Todo crente em Cristo saiu do seu estado de pecaminosidade para um novo estado de vida regenerada (2 Co 5.17).

AS LOUCAS (Mt 25.3):

Por que o termo “loucas”? Devido ao comportamento que demonstraram. Elas foram irreverentes e insensatas. Uma pessoa é louca quando perde a capacidade de refletir, de pensar sabiamente. E a falta de atitudes responsáveis. Ser chamado de “louco” não é nada fácil. As virgens displicentes foram chamadas de “loucas”. Foram insensatas com relação a espera do esposo. Elas representam os crentes que vivem descuidados quanto à sua vida espiritual. Fazem “pouco caso” das responsabilidades espirituais e quanto à oração (Rm. 12.12; 1 Co. 7.5; 1 Ts. 5.17); quanto à leitura da Bíblia (2Tm. 3. 15-17); quanto a obra do Espírito em sua vida (Ez 3.18,19; Mt. 28.19,20; Mc. 16.15- 17); quanto ao amor fraternal (1 Ts. 3.12; 4.9; Rm. 12.10). As cinco loucas demonstraram insensatez, pois não se preocuparam em levar azeite suficiente em suas vasilhas e lâmpadas (Mt. 25.3,5; Hb 6.12; Pv 18.9). As virgens loucas demonstraram hipocrisia, isto é, falsa espiritualidade e fingimento (Mt. 25.3,8; 1 Pe. 2.1; Is. 9.17; Ez. 33.31,32; 2 Co. 5.12).

AS PRUDENTES (Mt 25.4):

Por outro lado, Jesus reconheceu que as outras cinco virgens foram cuidadosas e previdentes. Em todo o tempo que aguardavam a chegada do esposo, elas foram cuidadosas, cautelosas e vigilantes. Três qualidades foram demonstradas pelas virgens prudentes: previdência, sinceridade e vigilância. 

PREVIDÊNCIA:

A primeira qualidade, previdência, indicava a precaução e a cautela. Elas se prepararam para o futuro incerto. Por isso, elas tinham azeite em suas vasilhas (Mt. 25.4). Não basta ter lâmpadas polidas e brilhantes, com aparência de normalidade, mas vazias interiormente (Mt. 5.15,16; 1 Sm. 16.7). Aquelas vasilhas precisavam ser uma provisão contínua de azeite para as lâmpadas. Isto significa que o “azeite” é símbolo da provisão do Espírito Santo na vida do crente e precisa ser renovado dia a dia (Ef. 5.18; 2 Rs. 4.1-7)

SINCERIDADE:

A segunda qualidade é sinceridade e isto significa ter atitudes puras, sem mistura, e um crescimento vívido. Estas virgens prudentes demonstraram sua sinceridade quando disseram às outras: “Não seja caso que nos falta a nós e a vós” (Mt. 25.9).

VIGILÂNCIA:

A terceira qualidade foi vigilância, isto é, estado de alerta, prontidão (Mt. 25.13; Rm. 13.11).

Que Deus nos abençoe!

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